sábado, 5 de maio de 2012

Epilogo

Epilogo N/A: Chegou ao final. Caramba, nem parece real isso. Falling For You realmente acabou. E eu gostaria de agradecer a todo mundo que leu e comentou e que leu e não comentou também. Em 5 meses essa fanfic tem quase 2.000 visualizações (vai passar agora) e eu não tenho palavras pra agradecer vocês o suficiente por isso. Essa quantidade de visualizações só mostra o quão aceita a fic foi por vocês, só mostra o quanto vocês realmente gostaram da fic. E isso é surreal. Nunca imaginei que fosse ter tantas leitoras um dia. E se eu cheguei até aqui, foi por vocês. Obrigada a todo mundo que me incentivou durante todo o processo de criação dessa fic, e mesmo a quem chegou depois que a fic já estava finalizada, vocês me estimulam a escrever sempre mais e mais. Obrigada por tudo mesmo. E essa fic é de vocês, sempre foi e sempre vai ser (:
Ps. Não aconselho ler com música de fundo

Epilogo



Mais uma vez ajeitei o smoking me olhando no espelho e confirmando se a gravata borboleta não esta torta nem nada.
“Você já fez isso no mínimo umas dez vezes nos últimos cinco minutos, Tom” a voz de Max despertou-me de meus pensamentos e eu me virei para ele.
“Estou nervoso” declarei encostando-me no espelho atrás de mim.
“Eu sei” ele respondeu.
“Esse é o seu grande conselho para mim?” perguntei sarcástico e ele riu.
“Você não precisa de conselho nenhum Thomas, tudo vai sair como o planejado. Se acalme” falou e eu respirei fundo.
“Isso, tudo vai sair como o planejado” repeti o que ele havia dito.
“Sério, dude, você precisa se acalmar” Nathan falou entrando naquele quartinho. Sério que isso era tudo que eu, o noivo, tinha para supostamente me arrumar? Um quartinho minúsculo que já estava começando a me sufocar?
“Fácil falar” revirei os olhos. Logo Jay e Siva também entraram ali.
“Sinceramente? Você está nervoso à toa” Siva comentou.
“Totalmente! Os convidados estão todos conversando entusiasmados, e os mil casais de padrinhos e madrinhas que a null insistiu que vocês tivessem já estão ai conversando entre eles sem nenhum problema” Jay falou.
“Não são mil casais, são apenas quatro” retruquei. null insistirá que pelo menos isso ela queria segundo a tradição brasileira, com mais de um casal de padrinhos, e não como a inglesa, que havia apenas um. E uma vez que quase tudo no casamento estávamos seguindo a nossa tradição, não pude negar isso a ela.
“Não era exatamente nisso que eu queria que você prestasse atenção, mas tudo bem” Jay desistiu de me acalmar quando viu que eu mais uma vez me voltara ao espelho.
“A null chegou” null falou abrindo a porta levemente, e eu quase pulei de susto com a sua voz “calma ai Sr. Thomas” ela brincou e eu revirei os olhos.
“Vamos logo antes que eu morra asfixiado nesse cubículo” resmunguei empurrando meus amigos para fora daquele quartinho de espera.
“Thomas, olha pra mim” Max pediu, e eu o encarei “se acalma, vai dar tudo certo, e pronto. Se estiver difícil, se acalme por ela. Ela vai precisar de você calmo para acalmá-la” ele falou e eu concordei. “Obrigado” respondi dando uma rápido abraço nele.
“Agora vamos lá arrasar” brincou e eu ri fraco.
“Vamos lá” respondi e fizemos nosso caminho até o altar improvisado no salão de festas que havíamos alugado para a cerimônia. Como null não era católica e eu nem ao menos tinha religião, não havia porque fazer um casamento na igreja, e muito menos com um padre. Assim que alugamos um salão para a cerimônia e outro para a festa, e quem conduziria a cerimônia seria um juiz.
Parei no altar com Max, Michelle, Siva e Nareesha ao meu lado, e Jay, null, Nathan e null a minha frente. Sorri para todos eles vendo-os retribuir meu sorriso. null e null já tinham os olhos cheios de lágrimas, e se eu não estive tão nervoso eu teria rido delas.
Virei-me para frente ao mesmo tempo em que a porta do salão começava a abrir e uma versão acústica de I Must Be Dreaming do The Maine começava a tocar.
Não pude evitar a risada quando reconhecer a música. Era tão totalmente ela. Quando ela havia me dito que não usaria a Marcha Nupcial e que seria segredo a música que escolheria, eu já estava pensando que ela usaria alguma de nossas músicas, mas é claro que ela não iria fazer isso. Seria previsível demais, e null... null nunca era previsível.

Oh she thinks I'm crazy
Judging by the faces that she's making
And I think she's pretty
But pretty's just part of the things she does that amaze me
And she calls me sweetheart
I love it when she wakes me when it's still dark
And she watches the sun
She's the only one I have my eyes on

No que a porta terminou de abrir, null apareceu, escoltada por seu pai, num vestido branco que sim ia até seus pés, mas nem de longe era o tradicional vestido de noiva que tinha cauda e pedras.
Ao contrario, o vestido de null era o mais simples possível, e o seu maior detalhe era a capa rendada em prata que cobria o tecido branco e liso com o qual o vestido era feito.

Tell me that you love me
And it'll be alright
Are you thinking of me?
Just come with me tonight
You know I need you
Just like you need me
Can't stop, won't stop
I must be dreaming

Ela sorria enormemente, e eu não podia evitar sorrir de volta. Seus olhos já brilhavam levemente das lagrimas que eu sabia que muito provavelmente já estavam formadas. Eu podia vê-la movendo os lábios minimamente acompanhando a letra da música que ela tão cuidadosamente escolhera para aquele momento, e eu admitia, tinha tudo a ver com nós dois.

And she moves in closer
Whispering to me "I thought I told ya"
And oh she's playing games now
And I figured it out now that we're closer
Two kids, one love
Who cares if we make it up
Her voice is sweet sound
Our clothes lay on the ground
She moves in closer
Whispers "I thought I told ya"

Eu sabia que null e null acompanhavam a letra da música também, e também sabia que elas haviam ajudado null. Sabia que elas estavam com lágrimas nos olhos, e sorrisos tão grandes quanto da melhor amiga. Sabia que cada passo que null dava só os dava porque null e null me haviam incentivado o tempo todo a não desistir jamais de null.
E se estávamos ali agora, nos casando, null e null eram as maiores responsáveis por isso.

Tell me that you love me
And it'll be alright
Are you thinking of me?
Just come with me tonight
You know I need you
Just like you need me
Can't stop, won't stop
I must be dreaming

Depois olhei para cara um de meus amigos. Jay, Max, Nathan, Siva, Nareesha e Michelle.
Onde eu estaria sem eles? Foram meu ponto de apoio por todo esse tempo, me dizendo para seguir em frente, e não desistir. Me dizendo que sim ia dar certo, e me apoiando em todas as decisões malucas que eu havia tomado para reconquistar null.
Elas eram mais do que as namoradas dos meus colegas de bandas. E eles eram muito mais dos os meus colegas de banda. Nós sete éramos uma família, e null estava prestes a se unir a ela, trazendo consigo null e null.

Remember the day when we started this
And she made the shape of my heart with her hands
We tried to make some sense of it
But she called me on the phone and said..

null agora estava a poucos passos de mim. Algumas lágrimas já haviam escorrido por seu rosto, sem desfazer a tão inocente maquiagem que cobria sua face. Porém apesar das poucas lágrimas que já haviam escorrido por seu rosto, o brilho em seus olhos e seus sorriso permaneciam intactos. E a felicidade que ela erradiava parecia aumentar cada vez mais, contagiando pouco a pouco cada um dos presentes.

Tell me that you love me
And it'll be alright
Are you thinking of me?
Just come with me tonight
You know I need you
Just like you need me
Can't stop, won't stop
I must be dreaming

A música terminou e ela já estava parada a minha frente, com aquele sorriso maravilhoso, apenas esperando por mim. Ela acompanhara os últimos versos da música num sussurro que apenas eu poderia ouvir, como se estivéssemos dividindo um momento que nenhum dos presentes jamais saberia ou viveria.
E de fato, aquilo fora algo totalmente nosso.
“Estamos aqui reunidos essa noite...” o juiz começou e eu encarei null a minha frente, nossas mãos unidas. Eu nunca conseguiria descrever como me sentia naquele momento, a sensação de estar transformando definitivamente a garota que eu amava em minha.
Garota não, mulher.
“Thomas Anthony Parker, você aceita null null como sua legitima esposa?” perguntou o juiz.
“Aceito” respondi alto, acreditando realmente que a minha voz iria falhar, porém ela saiu forte e determinada.
null null, você aceita Thomas Anthony Parker como seu legitimo esposo?” tornou a perguntar.
“Aceito” ela falou com determinação na voz, mas sem que a fizesse sair muito alto. A esse ponto ela já chorava mais abertamente, e isso provavelmente, a impediu de falar mais alto. Ou gritar, como seria bem típico dela em ocasiões assim.
“Os noivos podem se beijar” ele falou e eu aproximei-me dela colando nossos lábios num selinho delicado. Afastei-me sorrindo apenas para vê-la sorri ainda mais.
“Felicidades senhora Parker” sussurrei fazendo-a rir.
“Te amo” foi tudo o que ela respondeu. Abracei-a apertado contra mim. Agora era mais do que definitivo, ela era minha.
Logo senti diversos braços ao novo redor e ri alto ao que nossos amigos nos abraçavam. Separei-me de null e fomos cumprimentar um por um de nossos convidados, começando por nossos padrinhos, seguindo por nossas famílias e finalizando com nossos amigos.
O salão da festa era exatamente ao lado do salão onde realizamos a cerimônia, de modo que havia um ligação entre ambos. Isso evitaria que tivéssemos que pegar o carro e dirigirmo-nos até a festa.
A decoração do salão estava impecável e eu tinha certeza que null não havia decidido aquilo sozinha e que provavelmente tinha coisa de sua irmã e suas amigas no meio, coisa que veio a ser confirmada logo depois quando ela quase pulou em cima das três ao ver o quão perfeita ficara a decoração do salão.
As horas iniciais da festa passaram rapidamente. Com as fotos tiradas e os cumprimentos feitos não havia muito mais o que esperar além da troca de votos e cortar o bolo.
Chamamos atenção dos convidados e nos preparamos para cada um falar o que havia planejado. Haviamos decidido que ela o faria primeiro, porque se não ela ‘estaria chorando demais para conseguir falar’, como ela mesmo havia dito.
“Tom... eu deveria ter planejado o que dizer, ou escrito algo. E eu realmente o tentei fazer. Mas é claro que eu não consegui. E de certa forma, prefiro que seja assim, espontâneo. Eu ainda não consigo acreditar que tudo isso seja real, que não é apenas um sonho. Mas como você mesmo disse ‘se é um sonho, não me desperte’. Acho que dizer o quanto eu te amo ficaria clichê demais, e você me conhecesse, faço tudo para fugir deles. Poderia dizer o quanto você significa para mim, mas ai eu passaria horas aqui falando sem parar. Poderia recordar toda essa história maluca que vivemos. Lembra? Tudo começou por uma aposta de quem ficaria bêbado mais rápido. Se serve de consolo, eu nunca achei realmente que fosse te ganhar, mas eu não poderia perder a chance certo? Todas as loucuras que cometemos. Todas as vezes que nos recusamos a admitir o que estava escrito no nosso olhar apenas por orgulho próprio. Cada coisinha que nos trouxe até esse momento. E sinceramente, eu não me arrependo de nada que vivemos até agora, não me arrependo dos erros que cometemos, e nem dos sofrimentos que causamos a nós mesmos, porque se não fossem eles o agora não seria tão perfeito, e nem o amanha tão especial. Obrigado por tudo, por cada riso, cada choro, cada lagrima, cada sorriso. E obrigado também aos nossos amigos, que cada vez que nosso orgulho falava mais alto nos traziam de volta a realidade e nos faziam abaixar a cabeça e engolir o orgulho. Com certeza, se não fosse por eles, provavelmente ainda estaríamos brigando por orgulho. Então, obrigado a vocês também por terem sido tão pacientes com os dois cabeças duras que somos. Obrigado por terem se tornado uma segunda família para mim” ela falou tudo num mesmo tom de voz, sem alterá-lo nenhuma voz, ou deixar que o choro tomasse conta dela. As palavras dela tinham sido perfeitas, e eu me sentia levemente idiota pelo que tinha planejado. Olhei ao nosso redor no salão, e vi cada uma das mulheres ali presentes chorando. Esse era o efeito que as palavras de null podiam causar nas pessoas. Ela sabia escolhe-las perfeitamente para cada momento, e normalmente deixava a todos levemente tontos e completamente emocionados.
“Talvez o que eu tenha planejado não chegue aos pés da suas palavras, meu amor, mas com certeza esta carregado de todo o sentimento que eu tenho por você” falei ficando de frente para ela. Logo os toques iniciais de I Want It All começaram e a vi colocar a mão sobre a boca

Take a moment, listen please
Words like these don't come with ease
You took my heart and kept it locked
Now it's time to let it go

I want it all or nothing at all to have you here
Some people fall to hold on to their tears
And if you want it all, I'd do anything to see you through
And if I fall, my heart holds on to you

Just one look and I'll subside
When I'm with you my love can't hide
Take a chance, don't run away
With every breath I need to say

I want it all or nothing at all to have you here
Some people fall to hold on to their tears
And if you want it all, I'll do anything to see this through
And if I fall, my heart holds on to you

Cantei a música inteira, e a pude ver voltar a chorar ainda com aquele sorriso intacto. Não conseguia parar de sorrir um segundo, sua felicidade me contagiando e seu sorriso quase que me forçava a sorrir de volta. Como se eu estivesse num transe hipnótico.
Aqueles poucos minutos em que eu cantei, em que eu cantei para ela foi como se todo o salão houvesse desaparecido e só existisse eu e ela. Eu cantava colocando meus sentimentos em cada silaba que eu pronunciava.
“Pode estar começando a ficar meio clichê eu cantando para você, mas esse é um clichê do qual eu jamais te deixarei fugir” falei ao que terminei de cantar a música e a ouvi rir.
“Deixando-me ser levada pelo clichê: eu não me importo de ser clichê com você” comentou me fazendo rir. Abracei-a depositando um beijo no topo de sua cabeça. Eu definitivamente sentia que podia explodir de felicidade a qualquer momento.
Cortamos o bolo e ouvimos os votos de felicidade de nossos amigos e família, não podendo deixar de rir quando Max, Jay, Nathan e Siva subiram ao palco para dar os seus votos, assim como também não seguramos a risada na vez de null e null.
Seguimos a tradição e dançamos a primeira valsa, logo depois trocando com nossos pais. Também não escapamos de tradições de brincadeira com os noivos, porque com os amigos que nós tínhamos, jamais escaparíamos de algo assim.
Depois de várias horas de festa, e diversos convidados já terem ido embora eu fiquei ali parado apenas observando enquanto null conversava animadamente com nossos amigos, e de uma coisa eu tinha certeza: Por mais louco que aquilo fosse, nós dois iríamos fazer dar certo. Nós sempre fazíamos!
FIM!

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Capitulo 18

Capitulo 18_
Eu avise que a fic estava acabando )): Esse é o último capitulo da Fic. Agora só tem o Epilogo. Não tem muito o que falar, né? Espero que gostem e os agradecimentos de verdade viram no Epilogo. Curtam a fic,
Capitulo 18

Sai do banheiro com a toalha ainda enrolada na cintura para encontrar a cama vazia. Arqueei a sobrancelha estranhando o fato de null já ter acordado, e principalmente, levantado da cama. Dando de ombros peguei a primeira boxer e a primeira bermuda que vi dentro do armário e sai em direção ao corredor buscando por null pela casa, e deixando a toalha jogada no chão mesmo.
Se tinha algo que eu realmente amava sobre null é que não importava o quanto de bagunça eu fazia, ela nunca reclamava. Até mesmo porque, ela fazia tanta ou mais bagunça que eu.
null?” chamei por ela ao que cheguei à sala e não a encontrei, já estava ficando preocupado com o sumiço dela. Quero dizer, ela não costumava acordar cedo, também não costumava sair de casa sem avisar, e muito menos sair andando por Londres sozinha às 9 horas da manha de um Domingo.
Fui até a cozinha a sua procura, mesmo sabendo que seria inútil. Eu simplesmente sabia que ela não estava em casa, caso contrario ela teria me respondido. O problema era; onde ela estava?
A porta da frente bateu e eu voltei a entrar na sala, encontrando null vestida com um shorts e uma camiseta de manga, e dois copos da Starbucks na mão. Claro!
“Nunca mais faça isso” falei caminhando até ela que apenas me encarou confusa.
“O que eu fiz?” perguntou e eu ri.
“Acorda, e sai de casa sem deixar nenhum bilhete” respondi deixando um selinho em seus lábios.
“Só fui até a Starbucks, quanto drama” respondeu estendendo o braço direito com o copo para mim e tomando do que segurava com a mão esquerda.
“Não gosto de você andando sozinha por Londres” resmunguei e ela revirou os olhos.
“Eu morava em São Paulo, Tom. It’s not a big deal” falou, e no fim tentou imitar meu sotaque, mais uma vez. Novamente ela não conseguiu, mas admito que ela tinha melhorado desde que viera para Inglaterra “Um dia eu consigo, humf” falou provavelmente vendo que eu tentava segurar o riso de mais uma tentativa falha de me imitar.
“Quem sabe” provoquei abraçando-a, ela só riu baixo.
“Não me desafie Thomas” retrucou e eu ri.
“Como se você tivesse chance de ganhar” tornei a provocar e ela me encarou inconformada, afastando-se.
“Que eu me lembre, quem perdeu a nossa primeira aposta foi você, Parker, e não eu” devolveu e eu ri mais alto.
“Mas no fim, quem ficou com o grande premio fui eu” falei segurando-a pela cintura e trazendo-a para mais perto.
“Ah é? E o que foi?” perguntou arqueando as sobrancelhas.
“Você” respondi antes de colar meus lábios aos seus, ela sorriu se afastando.
“Nesse caso, eu aceito perder” respondeu desvencilhando-se de meus braços e indo até a cozinha “Agora, mudando totalmente de assunto; Eu preciso de um trabalho Thomas” falou ficando séria e sentando-se no balcão da cozinha. Eu encostei-me no batente da porta.
“Eu já te disse que não precisa se preocupar com isso” falei revirando os olhos.
“Eu não vou ficar dependendo de você. Nunca fui dependente de ninguém –exceto meus pais- e não vou ser agora” devolveu e eu respirei fundo.
“Se você faz tanta questão, null, amanha buscamos algo. O que você quer fazer?” perguntei meio contrariado. Eu não gostava da ideia dela ir trabalhar, e nem ficar saindo sozinha. Ela tinha menos de seis meses em Londres e eu ainda estava preocupado. Ela podia dizer o quanto quisesse que já estava adaptada, eu ainda não me sentia totalmente seguro com isso.
“A única coisa que eu poderia fazer com o meu diploma é dar aula” comentou “mas não sei se ele é valido aqui” acrescentou respirando fundo.
“Vamos descobrir algo, não se preocupe” falei indo até ela e ficando entra a suas pernas. “Mas enquanto isso, podemos aproveitar que hoje é domingo e voltar pra cama, o que acha?” perguntei rodeando meus braços em sua cintura.
“Boa ideia, mas antes...” começou e eu já estava com medo da ideia “vamos procurar algum filme que não tenhamos visto ainda” falou afastando-me e descendo dali. Respirei fundo.
“Eu tinha outro planos...” deixei a frase no ar e ela riu.
“Eu sei” respondeu rindo “mas eu quero ver filme” completou e foi a minha vez de rir.
“Aposto que não vamos ver nem metade dele” falei seguindo-a até o quarto e pegando uma blusa qualquer e colocando um sapato enquanto ela pegava sua bolsa.
“Já te disse que apostas não são boa ideia entre nós. Você sempre acaba perdendo” falou.
“E eu já te disse que sempre termino com o premio” respondi fechando a porta da casa atrás de mim.
“Tanto faz” resmungou enquanto entravamos no carro
“Que filme?” perguntei ligando o carro.
“Porque não decidimos quando chegar lá?” perguntou prendendo o cinto de segurança, ato que eu repeti.
“Certo, certo” falei enquanto dirigia em direção à locadora. “Já disse que te amo hoje?” perguntei vendo-a sorrir.
“Foi a primeira coisa que você disse quando acordei, mas é sempre bom ouvir de novo” falou e eu sorri de volta.
“Te amo” tornei a repetir e ela riu.
“Eu também te amo” falou encostando a cabeça no vidro e virando o rosto para mim, ainda com aquele sorriso intacto no rosto.
Se havia algo do qual eu jamais me arrependeria, era ter praticamente movido o mundo para ter nullentre meus braços.

domingo, 29 de abril de 2012

Capitulo 17

Capitulo 17 N/A: eu sei, os capitulos estão meio curtos, mas é que agora vem um recado chato... a fic está realmente no fim. Eu tenho apenas 10 paginas no word sobrando, o que significa que está no fim. Dois ou três capítulo mais no máxiomo. Mas eu espero que vocês gostem e que tenha válido a pena. Mais uma vez, obrigada pelo apoio e paciencia :D
Capitulo 17



“Tom?” ouvi a voz de null me chamar e revirei-me na cama. “Tom” tornou a chamar e eu suspirei, me dando por vencido. Virei-me na cama e olhei pra ela “bom dia” sussurrou sorrindo.
“Sério que você me acordou só pra isso?” falei rindo ao que ela deitou em meu peito.
“Não gosto de ficar acordada sozinha” resmungou e eu ri.
“Isso significa que vou ter que te dar remédio todas as noites pra dormir até tarde?” brinquei e ela riu.
“Não, eu só estou agitada. Sei lá” se defendeu.
“Agitada por que?” perguntei divertido.
“A menos de 24 horas eu era brasileira universitária que namorava a distancia com um britânico que por acaso é meu ídolo. Hoje eu estou formada, noiva do meu ídolo e me mudando pra Inglaterra.” Falou me encarando “Sério que você não sabe por que estou agitada?” perguntou revirando os olhos, e eu ri.
“Se acalma que nós ainda temos 13 horas de voo para chegar na Inglaterra” respondi e ela revirou os olhos mais uma vez.
“Sério, acha que é as 13 horas de voo que me assustam?” perguntou virando-se para mim e apoiando o queixo em meu peito.
“Você não tinha dito que estava assustada” reclamei ficando nervoso.
“Tem como não ficar?” retrucou.
“Eu estou com você?” soou mais como uma pergunta que uma afirmação e ela suspirou.
“E se...” começou, mas eu a cortei.
“Não importa o quão difícil seja, nós vamos fazer isso dar certo. Você sabe que sim” falei e ela respirou fundo.
“Certo, certo” concordou “Agora levanta” falou voltando a ficar animada e eu ri.
“Se tem algo que eu nunca vou me acostumar é essa sua capacidade de mudar de humor tão rápido” falei me deixando ser puxado para dentro do banheiro.


null falava num português apresado, e apesar da sua expressão contente, eu podia sentir a magoa em sua voz. Mas eu acreditava ser o único a percebê-la, uma vez que todos os demais estavam presos demais ao seu sorriso contagiante e as suas palavras para perceber que parte dela sofria em estar indo embora.
Talvez por ser o único ali que não entedia o que ela falava conseguia prestar atenção nesse pequeno detalhe. E me senti levemente mal por isso. De algum modo eu a estava afastando da família e dos amigos.
Meia hora depois e já estávamos na sala de embarque. Ela com a cabeça encostada no meu peito, os olhos fechados e uma expressão serena no rosto. Provavelmente curtindo o silencio entre nós, mas esse mesmo silencio estava me sufocando.
null” chamei baixinho e ela resmungou que estava ouvindo sem se mexer “esta tudo bem?” perguntei receoso.
“Porque não estaria?” perguntou ainda sem se mover.
“Não sei...” falei deixando a frase no ar.
“Esta tudo bem Tom, é serio” respondeu e eu suspirei.
“Não gosto do silencio” resmunguei
“Você nunca reclamou antes” falou se levantando para me olhar.
“Ele nunca incomodou antes” expliquei.
“O que esta te incomodando Thomas?” perguntou e eu suspirei.
“Eu sei que você esta animada com tudo isso, mas eu percebi uma ponta de tristeza na sua voz, e isso esta me matando” falei por fim e ela riu baixo.
“Tommy...” me chamou e eu a encarei “não vou negar que da um aperto no peito me despedir deles, mas perto da felicidade de tudo que esta acontecendo...” falou deixando a frase no ar, mas eu continuei em silencio “é inexplicável. É surreal isso tudo, e eu estou amando cada segundo” falou sorrindo e eu inevitavelmente sorri junto.
“Prometa-me que vai me dizer qualquer coisa” pedi e ela concordou. “Ainda não gosto de te afastar deles” resmunguei a trazendo para perto de novo.
“Você não esta me afastando deles amor, eles estão comigo onde eu estiver. Assim como você estava nos últimos seis meses” falou e eu sorri mais abertamente.


null, acorda” chamei baixo chacoalhando-a e ela resmungou abrindo os olhos.
“Que foi?” perguntou com a voz rouca e ajeitando-se na poltrona do avião.
“Estamos chegando pequena” falei e a vi aproximar-se da janela no intuito de ver algo, porém ainda estávamos alto de mais, e obviamente tudo que ela encontrou foram nuvens. “se acalme, daqui a pouco você vai ver tudo” falei divertido.
“Não tem como me acalmar Tom” falou agitada virando para mim. Seus olhos brilhavam de ansiedade e animação.
“Não é pra tanto né null?” falei rindo de toda essa ansiedade “Claro que é pra tanto Thomas” retrucou inconformada e eu só ri mais ainda “é Londres” tentou mais uma vez me convencer, falhando “sonho com essa cidade desde que me entendo por gente Parker! É pra tanto escândalo sim” falou bufando revoltada e voltando a olhar pela janela.
“Bolton é melhor” falei abraçando-a pela cintura.
“Meu único interesse em Bolton não vive mais lá. Prefiro Londres” falou deixando-se ser abraçada por mim.
“Ainda vamos morar nós dois em Bolton” falei enquanto apoiava o queixo em seu ombro.
“Quem sabe daqui a muitos anos” resmungou deixando a cabeça contra meu peito e fechando os olhosn“Tem certeza que não estou sonhando?” perguntou num sussurro e eu ri fraco.
“Se estiver, não me acorde” respondi no mesmo tom que ela usou e a vi sorrir com isso.
“Poderiam, por gentileza, ajeitar o banco e prender o cinto? Estamos prestes a pousar” a voz da aeromoça chegou aos meus ouvidos despertando-nos de nosso momento. Afastei-me de null enquanto voltada o banco do avião para a posição correta e a via fazer o mesmo, logo depois prendendo o cinto de segurança.
“Isso vai ser demais” ela falou e naquele momento eu podia jurar que null tinha 15 anos e não 22. Seus olhos brilharam fortemente, o sorriso largo e alegre, tudo em seu corpo mostrava o quão feliz ela estava por tudo aquilo que estava acontecendo.
“Só porque você vai estar ao meu lado” respondi deixando um selinho em seus lábios.
Pouco tempo depois o avião pousou, descemos e pegamos nossas bagagens. Quando chegou na entrada, separamo-nos. Eu tinha quase certeza que ia precisar voltar para ajudá-la na entrega, ter que explicar a situação, e o fato de ela não ter visto para residência, uma vez que iria morar lá.
Porém contrariando todas as minhas expectativas, null se virou muito bem sozinha, e encontramo-nos de novo no portão de saída. Sua expressão agora já não mais tão animada, e sim meio apreensiva pelo que nos aguardava do outro lado da porta.
“Acalme-se” sussurrei ao seu ouvido e ela sorriu para mim. Quando cruzamos o portão, como o esperado por todos nós, haviam repórteres ali de todos os jornais possíveis e fãs, muitas fãs.
null travou lentamente, mas eu a puxei junto comigo. Logo mais a frente Max, Michelle, Siva, Nareesha, Jay e Nathan nos esperavam.
Vê-los ali nos esperando foi o que bastou para null relaxar e voltar a sorrir com a mesma animação que estava antes, e se eu disser que ela saiu correndo para abraçar os meninos... Bom, eu não estarei mentindo.
Depois de todos os cumprimentos e boas vindas saímos em direção ao estacionamento do aeroporto, onde eles haviam deixado o carro que nos levaria a nossa nova casa. Eu havia deixado Michelle e Nareesha de encontrar alguma casa, num valor razoável, num local calmo e ainda assim não muito longe de onde eles viviam, para que eu pudesse morar com null. E eu simplesmente sabia que as duas teriam encontrado o lugar perfeito.
“Bem vinda a Londres” falei baixo para que só null escutasse assim que saímos do aeroporto e entramos na cidade. Ela desviou o olhar da janela e me encarou, seus olhos ainda brilhando e seu sorriso tão lindo quanto antes.
“Eu te amo” falou antes de juntar nossos lábios e eu sorri, aprofundando o beijo.

Capitulo 16

Capitulo 16 N/A: Olá meus amores :D Eu sumi, eu sei. Mas tenho uma razão para isso: estava viajando e não tive acesso a internet desde o dia 19/04. Eu cheguei em casa faz 3 horas apenas, por isso tanto tempo sem atualização. Para compensar meu desaparecimento, vou postar DOIS capítulos para vocês hoje. Esse, e o 17 que chega logo mais. Não pensem que esqueci de vocês, não esqueci. Obrigada por todo o apoio e a paciência de vocês. E eu vou ser chata e fazer propaganda agora. Será que vocês poderiam gastar uns minutinhos a mais e abrir o Tumblr (www.claudia-costa.tumblr.com) um segundinho? É um tumblr pra divulgação do meu livro, e agradeceria MUITO se vocês pudessem dar uma olhadinha e mostrar pra amigos de vocês. Agora chega de ladainha e vamos á fic :D
Capitulo 16



Já faziam mais de dois meses que eu tinha voltado para a Inglaterra e os dias já estavam começando a se tornar rotineiros. Assim como eu havia prometido ligava todos os dias para null, e ela me mandava mensagens sempre antes de dormir e logo depois de acordar.
Meu celular apitou indicando uma nova mensagem de null, e quando a abri era um link do youtube seguido das palavras 'Em dias como hoje, você é o meu motivo pra seguir em frente'. Confesso que me desesperei pelas palavras dela, mas respirei fundo e abri o link antes. Parte de mim já esperava uma música como aquela, mas eu não pude evitar ficar surpreso com o videoclipe que abriu no meu celular.
Sem que eu pudesse evitar, senti meu peito apertar ao que os primeiros acordes tocaram, e conforme a voz da Avril Lavigne invadia meus ouvidos cantando verso por verso de When You're Gone o nó na minha garganta se apertava e a vontade de chorar se tornava quase que insuportável.
Eu sentia falta da minha garota, sentia falta dela todo dia, minuto, segundo. Eu precisava dela tanto quanto ela precisava de mim.
'O que aconteceu pequena? Não gosto de te ver triste ): Eu te amo, e também sinto a sua falta' respondi abaixando a cabeça e engolindo em seco, evitando o choro.
Aqueles seis meses estavam demorando demais para passar e isso não era nem um pouco bom


“Me ajudem” eu gritei por fim, fazendo com que os meninos parassem as brincadeiras e percebessem que o negocio ali era sério.
“A namorada é sua cara” Nathan falou.
“E você, supostamente, um dos meus melhores amigos” falei irritado, voltando a passar o dedo por toda a setlist -que por sinal era enorme- que haviamos juntado.
“Se acalma” Jay falou se sentando ao meu lado.
“Como se fosse fácil” falei revirando os olhos.
“Nós não podemos te ajudar nisso Tom” Max falou se sentando ao meu lado e eu o encarei incredulo. Sério que ele, justo ele, estava me deixando na mão?
“Você já passou por isso e deveria me apoiar sabe?” falei ironico.
“E é exatamente por já ter passado por isso que to te falando que não podemos te ajudar nisso” ele respondeu.
“O Max ta certo dude. Tem que vir de você, do seu jeito, de dentro de você. Não posso ser algo ensaiado e robotico” Siva falou apertando meus ombros e eu suspirei.
“Porque isso é tão dificil?” perguntei e eles riram.
“Sabe? Eu sempre achei que você fosse ser o último a colocar a coleirinha Thomas, mas se continuar assim vai ganhar até do Max” Jay brincou e eu tive que acompanha-lo na risada.
“Acredite James, eu também acreditava nisso” falei descansando a cabeça entra as mãos.
“Vai dar tudo certo cara. Não importa se tudo saia errado na hora, o que importa é a intenção” Nathan falou e eu concordei.
“Deus te ouça” resmunguei voltando a olhar para aquelas lista gigante de músicas. Porque era tão dificil escolher uma?


Se eu achava que aquele dia, na faculdade dela, eu estava nervoso agora eu estava num ponto que acreditava poder enfartar a qualquer segundo.
Meu coração batida muito mais rápido que o normal e minhas mãos suavam quase que deixando o microfone escapar. Segurei com mais força e respirei fundo.
“Daqui a pouco” null falou aparecendo na porta e eu concordei com a cabeça.
“Você acha...” comecei mas ela me cortou.
“Vai dar tudo certo, relaxa” falou olhando para dentro, e eu pude ver a diretora da escola dando um sinal para ela “Agora vai lá e arrasa” falou me empurrando lentamente.
Respirei fundo e entrando no salão ouvi os primeiros acordes de All About You do McFly iniciarem. Por um momento me arrependi, achando que deveria ter continuado com a idéia de usar I’ll Be Your Strenght, mas o brilho no olhar de null ao ouvir aquela música me fez acreditar que eu tinha feito a escolha certa.


It's all about you
It's all about you baby
It's all about you
It's all about you


Yesterday you asked me something I thought you knew
So I told you with a smile, it's all about you
Then you whispered in my ear and you told me too
Said you'd make my life worthwhile, it's all about you


Cantei a primeira estrofe chegando perto dela, que sorria idiotamente.


And I would answer all of your wishes
If you asked me to
But if you deny me one of your kisses
Don't know what I do
So hold me close and say three words like you used to do
Dancing on the kitchen tiles, it's all about you, yeah!


Aproveitei o solo da música para roubar um selinho.
“Você veio” ela sussurrou e eu apenas sorri, voltando a cantar.


And I would answer all of your wishes
If you asked me to
But if you deny me one of your kisses
Don't know what I do
So hold me close and say three words like you used to do
Dancing on the kitchen tiles
Yes you make my life worthwhile
So I told you with a smile
It's all about you


It's all about you
It's all about you baby
It's all about you
It's all about you


Terminei de cantar a vendo me acompanhar baixinho, e seus olhos brilhavam de lagrimas, e eu sorri por isso.
“Você é louco” ela falou me abraçando, e eu ri.
“Com certeza, por você” respondi a fazendo rir. “eu prometi que viria te buscar, não?” perguntei e ela me olhou assustada “Eu disse que a próxima vez que eu viesse só ia embora com você nos meus braços” continuei a falar.
“Mas você tem show esse fim de semana” falou nervosa e eu concordei com a cabeça.
“Então me ajude a chegar lá a tempo” falei afastando ela de mim e ela me olhou confusa. Coloquei a mão no bolso e tirei a caixinha de lá, ela arregalou os olhos e eu sorri. “O que você acha de se tornar a senhora Parker?” perguntei abrindo a caixinha e mostrando as duas alianças douradas que eu levei horas para escolher e ela colocou a mão na frente da boca, sua expressão de incrédula indo para surpresa.
“Você...” ela começou, mas se interrompeu e eu senti meu coração acelerar ainda mais.
“Só responde null” falei, toda a confiança que eu tinha na voz sumindo.
“É obvio que sim Thomas” ela gritou pulando –literalmente- em cima de mim.
“Eu te amo” sussurrei no seu ouvido em português e vi seu sorriso se tornar ainda maior.
“Eu te amo” respondeu também em português e eu juntei nossos lábios. A saudade que guardei durante seis meses dentro de mim finalmente sendo saciada. O contato com a sua pele, com seu corpo, senti-la assim, tão próxima, tão perfeita, tão minha.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Capitulo 15



Capitulo 15





N/A: Gostei de ficar dando recadinhos aqui, lol (:
Só quero agradecer vocês mesmo, haha. Vocês são uns amores e todo o apoio de vocês é algo meio surreal. Nunca tive tantas leitoras assim, então eu meio que estou anestesiada com a situação. Obrigada mesmo! Vocês não sabem o quanto isso é importante pra mim, e o quão longe vocês estão me levando.
Agora chega de ladainha e vão curtir o capitulo (: -até porque a fanfic está acabando... só tenho mais 17 páginas do Word e acaba ):-

Capitulo 15





"Eu senti falta desse seu sorriso", falei chamando a atenção de null para mim, e ela sorriu mais ainda. Eu tinha passado os últimos dez minutos apenas a observando sorrir enquanto lia algo. "Mas admito que quando ele é causado por mim é muito mais bonito", completei a ouvindo rir e se aproximar de mim.

"Acredite, 90% deles são culpa sua, e já eram muito antes de você me conhecer", ela respondeu enquanto eu colocava meu braço por cima de seus ombros e a puxava para perto de mim.

"Bom saber", respondi aproximando nossos rostos, os deixando perto o suficiente para sentirmos a respiração um do outro, mas ainda assim longe demais para que eu me desse por satisfeito.

"Você tem ideia do quanto eu idealizei esse momento?", ela perguntou baixo fechando seus olhos. Olhei-a por alguns minutos, memorizando cada uma de suas feições. O quão serena e sexy ela ficava daquele jeito. Os olhos fechados, os lábios entreabertos, com um leve sorriso brincando neles, a respiração calma e a franja caindo parcialmente por seu rosto, quase como se pedisse que eu tirasse dali. E numa atitude inconsciente foi o que eu de fato fiz, levantando a mão e colocando seu cabelo para trás da orelha, como naqueles filmes. Clichê.

"Tanto quanto eu", respondi ainda num sussurro, me aproximando mais ainda e finalizando o espaço que havia entre nós enquanto fechava os olhos.

Pedi passagem para aprofundar o beijo e ela permitiu; nossas línguas se encontrando e iniciando uma dança calma que com o tempo foi se tornando mais e mais necessitada, conforme o beijo se tornava urgente e cheio de desejo. Esperamos tanto por isso que horas a fio juntos e se beijando não pareciam ser o suficiente. A eternidade não seria o suficiente, mas teríamos que nos contentar com o pouco que poderíamos ter. Retornando a um ritmo calmo, o beijo se quebrou naturalmente e permanecemos próximos por uns minutos ainda, ela com os olhos fechados e eu apenas a observando. Eu não cansaria jamais de fazer isso.

"Tom..." Ela chamou baixinho se afastando levemente e desviando o olhar.

"Sim?", respondi a puxando para encostar contra meu peito.

"Eu não quero que você vá embora", ela falou se deixando ser abraçada e apertando a minha mão contra a sua.

"Eu não vou embora", respondi e ela se virou bruscamente para mim me assustando.

"Mas e a banda?" Perguntou assustada e eu entendi que o 'ir embora' dela se referia voltar para Londres.

"Ué, você vai comigo para Londres", me expliquei e ela continuou me olhando assustada.

"Agora?" Perguntou e eu engoli em seco com medo de tudo aquilo.

"Porque? Você não quer ir?" Respondi com outra pergunta e ela desviou o olhar.

"Estou quase terminando a faculdade, Tom, não posso abandoná-la", se justificou se encolhendo, "faltam menos de 6 meses para eu me formar", tornou a falar e eu desviei o olhar. Claro, porque eu não tinha lembrado isso?

"Não estou falando isso", falei baixo levemente desapontado. Não com ela, mas comigo mesmo que acreditou que ela iria largar tudo.

"De-desculpa", ela gaguejou sentando no sofá, mais longe do que eu gostaria.

"Não é culpa sua. E eu não poderia te pedir algo assim, seria egoísmo", falei me aproximando dela.

"Mas... mas... mas como vamos..." Começou, mas eu a interrompi.

"Shh, null, não vamos nos preocupar com isso. O amanhã ainda está longe, vamos viver o agora. Quando chegar a hora, nos preocupamos com isso", falei voltando a trazê-la para perto de mim e mantê-la ali. Senti-a relaxar entre meus braços e sorri aliviado.

"Eu te amo", falou baixinho recostando a cabeça contra meu peito.

"Eu também, minha pequena", respondi deixando um leve beijo no topo de sua cabeça.





Fechei a mala deixando-a silenciosamente no chão. Observei o quarto do hotel até que eles caíram na cama. null ainda dormia tranquilamente e a última coisa que eu queria fazer era acordá-la, porém eu não podia ir embora e deixá-la sozinha, por mais que doesse ter que me despedir.

Caminhei lentamente até a cama e sentei-me ao seu lado e colocando a mão em seu rosto a chamei baixinho, ela apenas se movimentou.

"null, por favor", voltei a chamar e ela resmungou, "acorda, pequena", falei aproximando meu rosto do dela. "Vamos, null ", falei de novo e a vi fazer uma careta dividida entre contrariada e divertida. Deixei um selinho em seus lábios.

"Eu quero dormir, Tommy", ela falou escondendo o rosto nas mãos.

"E eu quero ficar com você", falei destampando seu rosto, ela enfim abriu os olhos e me encarou.

"Você vai hoje?" Ela perguntou engolindo em seco, seus olhos transbordando tristeza, e eu tive raiva de mim por um momento.

"Eu tenho que ir", respondi desviando o olhar. Ela se sentou ainda se cobrindo com o lençol e eu peguei a camiseta que eu estava usando na noite anterior e estendi para ela que rapidamente a vestiu.

"Que horas?" Perguntou levantando da cama e caminhando até a bolsa para pegar sua escova de cabelo.

"Às 3 da tarde", respondi indo até ela e segurando sua mão antes que ela começasse a pentear o cabelo.

"Que foi?" Ela perguntou me encarando pelo espelho. Sorri.

"Você está linda assim", comentei abraçando-a e vendo-a corar. "Cabelo bagunçado, cara de sono e vestindo só a minha camiseta”, fechando os olhos, ela encostou a cabeça do meu ombro.

"Vou sentir saudades", sussurrou.

"Eu ainda estou aqui", falei a virando para mim. "Lembra? Viver o agora", falei tentando retardar ao máximo toda a melancolia da despedida.

"Sim, viver o agora", falou mais para si mesma do que para mim.

"O que vamos fazer até a 1 da tarde?" Perguntei encostando a testa na dela, e a vi sorrir fraco.

"O que você quiser", ela respondeu me roubando um selinho e eu sorri com isso.

Nós éramos dois bobos apaixonados e agíamos como tal. Minha mente só gritava uma coisa: clichê, clichê, clichê.

Mas na realidade, eu não me importava. Não me importava em ser um idiota, se o fosse ser ao lado dela.

E mais uma vez ali estava o clichê. Incrível como mesmo em uma história tão confusa e complicada como era a nossa o clichê se fazia presente.





"Que hora você tem que entrar?" Ela perguntou quebrando o silencio em que estávamos.

"Daqui a pouco", respondi e ela resmungou, eu ri baixinho.

"Não quero que você vá embora", ela respondeu virando a cabeça para me encarar e eu apenas a encarei de volta.

"Eu não quero te deixar aqui sozinha também", respondi juntando nossos lábios por um momento.

"Promete me ligar todo dia?" Ela perguntou numa voz dengosa e eu sorri do seu pequeno drama.

"Só se você prometer me escrever todas as noites antes de dormir e todas as manhãs ao acordar", respondi a fazendo sorrir.

"Como se eu já não fizesse isso sempre", ela respondeu revirando os olhos e voltando a encostar a cabeça em meu peito. "Porque a Inglaterra tem que ser tão longe?" Perguntou me fazendo rir.

"Porque se não, íamos enjoar um do outro", respondi brincando e ela virou pra mim rápido. Seu olhar antes brilhante de emoção agora carregado de puro medo.

"O que você quer dizer com isso?" Ela perguntou com a voz fina.

"null, foi só uma brincadeira", tentei me justificar, mas ela se afastou.

"Você enjoaria de mim?" Perguntou. Seu olhar passando de medroso para melancólico, e eu quis me bater naquele momento.

"Jamais, meu amor", falei levantando sua cabeça e a fazendo me olhar. "Era só uma brincadeira, pra descontrair", falei me aproximando dela.

"Jura?" Ela pediu baixo e com a voz fina. Eu sabia bem o porquê daquilo. "Jura que não vai me trocar por outra?" Perguntou fraquinho e eu senti meu peito apertar só de vê-la cogitando essa possibilidade.

"Eu posso não ter um histórico muito limpo, null, mas eu jamais faria qualquer coisa que te magoasse", falei e parte de mim percebeu a mentira que eu estava falando. Eu já havia a magoado, e mais de uma vez.

A puxando para perto, abracei-a. Ela escondeu o rosto no meu pescoço e eu pude sentir as lágrimas molharem minha camiseta.

"Hey, pequena, não chora", falei tentando acalmá-la. "null, olha pra mim", falei afastando-a e a fazendo me olhar. "Eu amo você, e só você. Não tem espaço pra mais ninguém", falei e ela começou a limpar as lágrimas que ainda insistiam em cair. "Esses seis meses vão passar rapidinho, e daqui a pouco você vai estar formada e vamos morar juntos", falei e ela riu fraco.

"Te amo", ela sussurrou voltando a esconder o rosto no meu pescoço.

"Eu também te amo, null ", respondi a apertando contra mim. Ninguém seria capaz de imaginar o quanto aquela sensação me faria falta, tê-la em meus braços, sentir sua pele contra a minha, seus lábios contra os meus, ouvir sua risada, ou apenas o som da sua voz. Tudo nela faria falta nos próximos seis meses, mas eu precisava me manter forte na saudades. Por mim, e por ela.

sábado, 10 de março de 2012

Capitulo 14



capitulo 14











N/A: Sim, dessa vez vou fazer a N/A antes da atualização (:
Voltei antes do que todo mundo previa né? Mas é o seguinte, as aulas da Dani começaram, e ela não vai ter tempo de scriptar e betar a fic, e eu nem exigiria isso dela. Então quem o está fazendo sou eu. Qualquer erro gramatical, ou na scriptagem, etc que virem, me avisem. Meu twitter como vocês já sabem é @clauxx_, então qualquer coisa, avise lá.

E o último recado aqui é na verdade uma pergunta. tem uma leitora da fic que sempre comenta aqui, a howfeelit, e eu quero saber quem é, porque né? Eu sou curiosa e os comentários dela são lindos, só que eu não tenho a minima ideia de quem seja. Então, por favor, apareça, hahaha.

Enfim, vou calar a boca e deixá-las ler. Eu gosto muito desse capitulo, espero que vocês também, divirtam-se (:


Capitulo 14







Meu coração estava a mil e eu sentia que ele podia sair pela boca a qualquer segundo. Eu nunca tinha ficado tão nervoso assim. Parei na porta da sala e olhei pelo vidro. Todos estavam sentados cada qual em seu lugar trabalhando avidamente, no fundo da sala ela estava com a cabeça encostada na parede e os olhos fechados, um leve sorriso brincando em seus lábios.

"Vai dar tudo certo", null sussurrou para mim e null concordou chegando com a diretora da universidade. Não sei o que diabos null tinha feito para convencer a diretora a me deixar interromper uma aula assim, mas algo me dizia que o nome da banda estava envolvido nisso. Não me importei no momento. A diretora olhou para mim e sorriu, forcei um sorriso de volta enquanto ela batia na porta e chamava o professor para vir até o lado de fora da sala.

"Ela está explicando o que você vai fazer", null me disse assim que viu a minha expressão confusa pela discussão em português.

"Ela vai amar, fica tranquilo", null tentou me tranquilizar e eu apenas concordei com a cabeça ao mesmo tempo que o professor olhava para mim e concordava com a cabeça.

"Então eu vou entrar, falar que temos um convidado, e você entra tocando. É isso?" Ele perguntou diretamente para mim e eu o olhei confuso, ele falava inglês.

"Você não achou que eu ia escolher uma aula qualquer, não é, Thomas?", null perguntou revirando os olhos.

"É isso mesmo", falei me recuperando do choque de outra pessoa sem ser as meninas falando em inglês.

"Porque você não me avisou que tudo que eu falasse todo mundo ia entender?" Perguntei virando mais desesperado pra null.

"Você esperava o que de um curso de Letras?" null perguntou e só então me dei conta disso. Claro que todo mundo ia entender e falar inglês, esse era quase que o tema central do curso.

"Vai", null falou enquantonull me empurrava depois de ver o professor fazer sinal para mim, e eu me vi dentro da sala de aula. Não só os olhos de 40 alunos em cima de mim, mas um par em especial. Um olhar que eu não sabia decifrar.

"Erm... boa noite", falei coçando a nuca e ajeitando o violão. "Isso não é o que vocês esperavam, não vou dar palestra nenhuma, e não precisam sussurar se quiserem falar algo porque não entendo português", falei tentando quebrar o gelo e fazê-la sorrir, mas null permanecia parada me encarando como se não acreditasse que era eu ali. "Eu só espero que agora você acredite em mim", falei antes de começar os primeiros acordes de Fight For This Love.



“Too much of anything can make you sick

Even the good can be a curse

Makes it hard to know which road to go down

Knowing too much can get you hurt.”



Comecei a cantar e a vi prender a respiração. Sua expressão indo de incrédula para surpresa.



“Is it better? Is it worse?

Are we sitting in reverse

It's just like we're going backwards.


I know where I want this to go

Driving fast but lets go slow

What I don't wanna do is crash nooo.”



Cantei mais um pedaço enquanto via seu olhar adquirir um brilho que eu não via há quase um ano.



“Just know you're not in this thing alone

There's always a place in me that you can call home

Whenever you feel like we're growing apart

Let's just go back, back, back, back, back to the start. Oooh”



Essa estrofe sempre me lembrava dela, porque se tinha algo que nós tínhamos e eu sabia que teríamos mesmo que fazer por muito tempo era voltar ao começo, ou nós com certeza cairíamos. Éramos orgulhosos e teimosos demais para seguir em frente sem precisar do passado.



“Anything that's worth having

Is sure enough worth fighting for

Quitting's out of the question

When it gets tough, gotta fight some more.


We gotta fight, fight, fight, fight, fight for this love

We gotta fight, fight, fight, fight, fight for this love

We gotta fight, fight, fight, fight, fight for this love

If it's' worth having, it's worth fighting for”



Conforme cantava, eu me aproximava de sua carteira no fundo da sala, meu olhar sempre conectado no seu. Eu estava me deliciando com toda a situação, o modo como ela me olhava agora, como eu tinha sentido falta daquilo, como eu tinha sido cego por não ter enxergado isso antes.



“Now everyday ain't gon' be no picnic

Love aint a walk in the park

All you can do is make the best of it now

Can't be afraid of the dark.


We gotta fight, fight, fight, fight, fight for this love

We gotta fight, fight, fight, fight, fight for this love

We gotta fight, fight, fight, fight, fight for this love

If it's' worth having, it's worth fighting for”



A vi sorrir depois da estrofe que falava sobre piquenique e parque, muito provavelmente lembrando o nosso próprio piquenique, e apenas de ver o seu sorriso, eu sorri junto.



“And I don't know where I'm heading

I'm willing and ready to go.

We've been driving so fast

We just need to slow down

And just ro-o-o-o-o-oll.


Anything that's worth having

Is sure enough worth fighting for

Quitting's out of the question

When it gets tough, gotta fight some more.”



Cantei agora chegando a sua mesa, uma vez que eu tinha andado em passos mais do que lentos propositalmente, e me sentei na borda dela, ainda com nossos olhares conectados. Sorri só por estar perto assim de novo.



“We gotta fight, fight, fight, fight, fight for this love

We gotta fight, fight, fight, fight, fight for this love

We gotta fight, fight, fight, fight, fight for this love

If it's worth having, it's worth fighting for”



Finalizei a vendo me acompanhar baixinho e assim que terminei a música segurei uma de suas mãos, ainda sorrindo e ainda a olhando nos olhos.

"Eu te amo, eu sempre te amei, só estava me recusando a admitir que eu tivesse caído nos encantos da brasileira que me venceu numa aposta de bebidas", falei e ela riu baixo, mas continuou em silêncio.

"Eu também te amo, seu idiota", ela falou antes de levantar o corpo o suficiente para unir seus lábios aos meus, coloquei a mão em sua nuca a trazendo para perto enquanto pedia permissão para aprofundar o beijo, permissão que ela nem tentou negar.

domingo, 4 de março de 2012

Capitulo 13



Capitulo 13












CAPITULO 13







O show tinha me reanimado. Não havia injeção de ânimo melhor do que subir em um palco e ver milhares de pessoas acompanhando as nossas músicas. Qualquer pessoa que se mantivesse triste depois disso era louca.

"Está pronto?" Kevin perguntou da porta do camarim.

"Pra que?", perguntei levantando o olhar da revista.

"THOMAS", ele gritou e eu me assustei.

"Vai se arrumar agora! Vocês têm uma entrevista e já estão atrasados", ele falou e eu me levantei a contra gosto. Mania desse povo em fazer entrevista depois dos shows, eu queria descansar depois de ficar duas horas pulando em cima de um palco.

Fui até a mala que nos fazem arrastar pra tudo quanto é lado cheio com troca de roupas para caso sujássemos a que estava no corpo e peguei uma qualquer, a colocando no corpo.

"Pronto, senhor irritadinho", falei pegando meu celular e arrumando o cabelo antes de sair do camarim. "E os meninos?", perguntei só então notando a falta deles.

"Na van, te esperando", ele falou fechando a porta atrás de mim.

"Vocês são muito neuróticos com tempo. Que mal faz atrasar um pouquinho? Não é como se fossem horas de atraso, apenas alguns minutos. Ninguém vai nos matar por isso", falei entrando na vam.

"Mesmo assim Tom..." Max começou, mas eu fiz sinal pra ele parar.

"Sério? Sermão é a ultima coisa que eu preciso. Estou animado e quero continuar assim. Nem inventa", falei, o cortando.

"Tá mais pra mal-humorado que animado", Jay cutucou.

"Vão mesmo pegar no meu pé?", perguntei revirando os olhos e mais uma vez checando o celular. Eu ainda não tinha conseguido largar o hábito de olha-lo a cada cinco minutos, e duas horas de show foram uma tortura sem me certificar de que não havia nada lá.

"Esse seu tique está irritando", Nathan comentou tirando meu celular.

"Eu sei", respondi dando de ombros e nem tentando pegá-lo de volta. Quanto mais tempo longe dele, melhor seria.

"Chegaremos em 5 minutos", o motorista avisou e eu comecei a preparar um discurso e buscar respostas pras prováveis perguntas.

"Essa entrevista vai ser demais", comentei voltando a me animar e ignorando que eles estavam ainda atrás de mim o tempo todo pelas minhas novas manias, como a do celular.





"E para encerrar esse bloco e deixar os meninos irem ao banheiro", brincou a apresentadora sobre o fato de termos tomado pelo menos cinco garrafas de água em menos de 10 minutos. "Uma ultima pergunta. Essa é só para um de vocês", ela falou e nos entreolhamos.

"O único com experiências de sexo ao ar livre aqui é o Nathan", brinquei só pelo prazer de ver a apresentadora e a plateia rirem e o Nathan sem graça.

"Obrigado pela informação, Tom, mas é para você a pergunta. E não tem nada a ver com sexo", ela falou. "Ou talvez tenha, você que vai nos dizer", ela completou e eu parei de rir e sorrir na hora. Apenas aos meus ouvidos aquilo não soou como boa coisa.

"Manda bala", falei tentando passar uma descontração que eu não tinha no momento, e pelo visto meus colegas de banda também tinham previsto algo de ruim no ar.

"Saíram algumas fotos de você semana passada no aeroporto embarcando. E depois apenas hoje desembarcando. Mas em nenhuma delas dizia seu destino ou de onde vinha", ela começou e eu quase gemi em frustração. Só podia ser brincadeira. "Estamos todas nos perguntando... onde você e Max estiveram, e por quê?" Ela perguntou e pelo visto minha expressão transmitia toda a minha frustração porque ela me encarava curiosa.

"Ele foi resolver algumas coisas pessoas, e eu fui acompanhá-lo", Max falou tentando me livrar da situação.

"Surgiram os mais variados boatos", ela comentou como não quer nada, mas claramente tentando extrair alguma informação.

"Como o que, por exemplo?" Perguntei interessado. Era bom saber o que estavam falando sobre mim.

"Dois mais importantes. O primeiro que tinha a ver com sua 'depressão' depois do término com a Kelsey. E a segunda é de que tinha uma outra garota envolvida", ela falou e eu a encarei surpreso. Certo, as duas de algum modo estavam certas. Eu só queria saber como, por Deus, descobriram aquilo.

"Já falamos, motivos pessoais", Nathan saiu em minha defesa vendo que eu fiquei meio sem reação.

"Na hora certa ele vai explicar tudo", Jay falou.

"Exatamente, não tem porque ficar pressionando ele pra falar agora", Siva completou e eu quase abracei os quatro ali mesmo por estarem tentando me livrar da situação.

"Isso significa que sim, tem relação com o pós termino, ou que sim, tem outra garota na jogada?" A entrevistadora tornou a perguntar ignorando o que os meninos disseram e eu vi Nathan revirar os olhos.

"Já não..." Max começou, mas eu o cortei.

"Pode deixar, Max", falei o cortando e ele me olhou confuso. Eu tinha tido a ideia mais brilhante que eu jamais iria ter. "Para que ficar escondendo isso?" Perguntei olhando para ele.

"Tom..." ele me alertou, mas eu dei de ombros.

"Pode deixar, eu sei o que estou fazendo", falei e voltei a olhar para a apresentadora que tinha os olhos quase brilhando de animação por ter a notícia revelada em seu programa. Aquilo provavelmente renderia muito para o canal e ela ganharia um bom aumento. "Vamos começar pela parte da Kelsey. Fui eu quem terminou o namoro, e não ela. E nós terminamos como amigos, apesar dos meses turbulentos de brigas. Chegamos a um acordo, e percebemos que já não sentíamos mais a mesma coisa, e tudo não passava de amizade", falei.

"Mas porque parecia tão chateado depois do fim do namoro?" Questionou a mulher e eu respirei fundo.

"Porque sim, existe uma outra garota nessa história toda. E foi por isso que eu viajei essa semana", falei e o silêncio foi quase total por alguns minutos.

"E porque não voltou de viagem com essa garota junto?" Perguntou interessada e eu revirei os olhos. Eu já tinha colocado o assunto na roda, não? Agora teria que contar toda a história.

"Porque nove meses atrás, eu fui um idiota e não enxerguei o que estava na minha frente", falei lembrando mais uma vez do selinho no parque. "Cometi erros que eu preciso reparar antes de seguir em frente", continuei. "Resumindo uma longa história, eu dei motivos mais do que o suficientes para ela não acreditar nos meus sentimentos", falei respirando fundo e olhando para a câmera. "Eu já estou ficando sem opções sobre o que fazer para que acredite que eu te amo, null, essa é uma das minhas últimas tentativas", falei ouvindo o estúdio cair em silencio assim que pronunciei seu nome, os meus colegas de banda estavam inquietos. "E se admitir isso em rede nacional -e muito provavelmente internacional- não for o suficiente para te fazer acreditar que não é um jogo, eu não sei o que vai ser", falei por fim desviando o olhar da câmera e encarando o chão. Eu não tinha percebido o quanto eu estava ofegante e muito menos o quão disparado meu coração estava.

"Tom?", era a voz de Max, num sussurro alto o suficiente para que só eu compreendesse. "Você está bem, dude?", ele perguntou. Assenti com a cabeça e respirando fundo voltei a encarar a entrevistadora que estava meio em choque.

"Depois disso se ela não vier correndo atrás de você, ela é uma idiota", a mulher falou e eu ri baixo.

"Às vezes eu tenho as minhas dúvidas quanto a isso. Ela normalmente é a exceção para as regras de como as mulheres funcionam", comentei divertido me lembrando de que, de fato, null não era uma garota como todas as outras. Enquanto as outras eu conquistaria com uma joia, com a null eu precisaria de video-game e bebida.

"Por mais imunes às regras que as mulheres sejam, algo assim é meio que impossível de ignorar", ela falou e eu balancei a cabeça meio que concordando. "E vai nos dizer de onde é essa misteriosa garota... null, não?", ela perguntou e eu ri.

"Façam o que sabem fazer de melhor e descubram por conta própria. Já fiz demais dando o nome dela", falei deixando bem claro que o assunto encerrava ali. A mulher se virou para a câmera.

"E esses foram os meninos do The Wanted. Depois de uma notícia bombástica como essa, vamos dar um tempo para que vocês entendam tudo e voltaremos com..."

.

.

Meu celular tocou no bolso de Nathan e ele o tirou de lá olhando quem chamava.

"Quem é?", perguntei sem me mover para pegar o celular, ele só sorriu e jogou na minha direção o telefone. O peguei e encarei o nome ali escrito. Sinceramente eu não sabia se era boa coisa ou não.

"Alô", falei fazendo como se não soubesse quem estava no telefone.

"VOCÊ É LOUCO?", a voz de null soou desesperada do outro lado do telefone.

"Se eu responder 'por você' vai ficar muito cantada de pedreiro?", perguntei divertido. Pelo menos ela não parecia a ponto de me matar.

"Vai", respondeu. "Porque você fez isso?", perguntou ainda desesperada.

"Porque eu já estou ficando sem opções de como te conquistar", respondi jogando a cabeça para trás e encostando no sofá.

"Mas... mas..." ela tentou argumentar, mas suspirou frustrada ao ver que não tinha nada para dizer. Ri fraco antes de voltar a ficar sério.

"null, tudo que eu disse ali é verdade", falei a ouvindo suspirar do outro lado.

"E como eu posso ter certeza disso?", ela perguntou tentando manter a parede de gelo ainda em pé.

"Me dê uma chance de te provar", pedi e ela ficou em silêncio.

"Tom..." ela começou baixo, mas não terminou a frase.

"Eu te amo", falei aproveitando o momento de fragilidade dela e a ouvi suspirar do outro lado do telefone.

"Espero não me arrepender disso, Thomas", ela falou e eu sorri enormemente.

"Não vai", falei voltando a sentar direito no sofá.

"Não ache que só porque eu estou te dando uma chance significa que as coisas vão acontecer de verdade. Você ainda vai ter que me provar que esta falando sério", ela falou antes de desligar o telefone me deixando sozinho.

Sorri para meus colegas de banda que pareciam tão animados quanto eu.

"E...?" Siva perguntou.

"Ela disse que vai me dar uma chance", falei e eles comemoraram. "Eu só preciso provar que estou falando sério", completei ainda contente.

"Isso", Nathan falou inconformado apontando para o estúdio, "já não foi o suficiente?", perguntou e eu ri.

"Você a conhece, Nathan", falei relaxando.

"E você já sabe o que vai fazer?", Jay perguntou curioso.

"Uhum", concordei com a cabeça. "Mas dessa vez eu vou sozinho", completei.

"Tom..." Max alertou.

"Relaxa Max, eu sei o que estou fazendo, e sei que vai dar certo."









N/A: Então, eu sei que demorei horrores pra atualizar e eu peço mil desculpas por isso, mas eu tenho uma justificativa: Mandei Falling For You como original para a Novos Séculos. Estou aguardando contato deles, vamos ver no que dá né?
Motivo numero dois é que eu estou agora postando TUDO o que eu tenho aqui. Não sei se a Dani scriptou/betou o resto porque faz alguns dias que não consigo falar com ela, mas tentarei postar o mais rápido possivel.
Espero que estejam gostando! Comentem aqui, ou no meu twitter (@clauxx_ pra quem não sabe). Beijos mil e desculpa pela demora (:

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Capitulo 12



capitulo 12












CAPITULO 12


"Eu te amo"
, a interrompi, antes de qualquer coisa abrindo meus olhos e a encarando, um braço a prendendo pela cintura e o outro acariciando seu rosto. As mãos dela espalmadas no meu peito e seu olhar era confuso demais para que eu decifrasse.

"Eu tenho namorado, Tom", ela repetiu a frase que eu havia dito há nove meses e foi como se eu tivesse levado um soco no estômago; de repente não conseguia mais respirar.

"Mas...", comecei a falar e me interrompi quando percebi que eu não tinha o que falar.

"Desculpa, mas eu não posso", ela falou se afastando de mim, segurei seu braço a fazendo me olhar e pude ver um pouco de dor passar por eles.

"Por favor", pedi num sussurro.

"Doeu demais da primeira vez", ela falou se soltando.

"É diferente agora", falei me aproximando enquanto ela dava um passo para trás.

"Eu... eu preciso ir", ela falou antes de sair correndo por outra trilha e eu fiquei ali a olhando correr sem saber o que fazer. Olhei para trás a tempo de ver alguém que eu não conhecia vir em minha direção. A próxima coisa da qual me dei conta é que eu estava no chão e Max segurava o garoto enquanto null gritava algo em português com ele.

"EU TE DISSE PRA DEIXÁ-LA EM PAZ", o garoto gritou para mim em inglês e eu deduzi que fosse Leonardo.

"Você me mandou deixar ela em paz ou lutar por ela. Eu fiz a minha escolha", falei me levantando e desafiando o garoto que agora já havia se soltado de Max.

"Magoe-a de novo e não vai ser só um soco que vai receber", ele falou se aproximando de mim e eu fiquei parado sem deixar o medo que eu estava sentindo passar pela minha expressão. "Entendeu?" Perguntou chegando ainda mais perto e eu balancei a cabeça afirmativamente. Ele se afastou e saiu correndo na mesmo direção a qual null fora. Olhei para Max que me encarava preocupado.

"Você está bem?", null perguntou e eu concordei com a cabeça.

"Ela só disse 'e não posso'", falei sentando na grama e null sentou ao meu lado.

"Ela só esta assustada. Dê um pouco de tempo a ela", ela falou e eu balancei a cabeça concordando e encarando o lago onde toda aquela historia começou.





Max desligou o telefone e se virou para mim, não me mexi na cama.

"Eles entenderam a situação" ele falou por fim e eu concordei.

"Já te disse que se quiser voltar, você pode", tornei a repetir o que vinha dizendo desde que eu decidira ficar no Brasil.

"Eu sinto como se você estivesse me expulsando", ele falou e eu revirei os olhos.

"Você me entendeu, Max. O problema é meu e não seu. Não precisa ficar se não quiser", eu disse e ele deu de ombros.

"Não vou te largar sozinho."

"Obrigado", falei desviando o olhar do teto para ele.

"Você pretende passar o dia todo nessa cama?", ele perguntou e eu suspirei.

"Até eu pensar em algo... sim", respondi voltando a encarar o teto branco. Aquela altura eu já sabia onde estava cada rachadura do teto.

"Por que não vamos pra piscina, ou sair pra beber, ou qualquer coisa?", ele sugeriu e eu cogitei a hipótese. O problema era, todos os lugares naquela maldita cidade me lembravam ela.

"Ir aonde?", perguntei e ele deu de ombros.

"Qualquer lugar, só sair daqui", respondeu e eu concordei. Peguei meu celular para checar mais uma vez se havia mensagem ou algo do tipo. "Nada?", Max perguntou e eu neguei com a cabeça. "Escreve pra ela", sugeriu.

'Vai me ignorar até quando?', escrevi e joguei o celular na cama buscando por uma camiseta qualquer.

"Vamos ao bar mais próximo que tiver?", perguntei colocando o celular no bolso e fechando a porta atrás de mim depois de sairmos. "Eu gosto mesmo daquela bebida deles", comentei e Max riu.

"Você só sabe beber?" Ele perguntou e eu dei de ombros.

"Pra começar que a ideia foi sua", me defendi. "E depois que, o que melhor para esquecer os problemas que álcool?" Perguntei.

"Resolver os problemas é uma ideia melhor", ele falou.

"Resolver problemas dá dor de cabeça", defendi.

"Beber também dá dor de cabeça", ele retrucou e eu ri.

"É, mas beber é mais legal. Pare de ser chato e acabar com as minhas fantasias", falei e ele riu.

"THOMAS", eu ouvi aquela voz gritar pelo meu nome e congelei no lugar que estava olhando pra frente. null corria na minha direção, mas ao contrário das minhas fantasias, ela não vinha correndo com um sorriso no rosto, e sim com uma expressão maníaca. Atrás dela, null e null falavam algo em português e pelo desespero das duas garotas deveria ser algo como ‘se acalme’.

"Hm... oi?", falei quando ela parou na minha frente. Foi uma fração de segundos antes de eu sentir a mão dela atingir o meu rosto com força e eu recuei assustado com a atitude dela.

"Eu. Te. Odeio." Ela falou entredentes, se aproximando enquanto suas amigas a tentavam puxar para trás. "Seu filho da puta, não é capaz nem de fazer as coisas direito," respondeu se soltando das amigas, mas eu a segurei pelos braços. "Ainda bem que sabe cantar, porque se depender de mim a sua beleza não vai vender mais porra nenhuma", falou, me estapeando, tentando se soltar. Max a segurou e a afastou de mim.

"Que porra eu fiz?" Perguntei começando a me irritar com as acusações sem sentido dela.

"Você nasceu", ela berrou e eu me assustei. "Por que você voltou? O que você está fazendo aqui?" Ela perguntou agora frustrada e não mais irritada.

"Acho que eu já te expliquei o que estou fazendo aqui", falei tentando me aproximar, mas ela forçou-se contra Max se afastou.

"Por que você não some da minha vida, hein, Thomas?", ela perguntou, voltando a ficar irritada, e aquilo doeu.

"null", null gritou, "para de falar bobagens, agora." Mandou a amiga e null se virou para ela.

"Bobagens? BOBAGENS?", null gritou voltando ao seu ataque de fúria. "Ele vem aqui, me ilude, e some. Me deixa sozinha, me ignora e é o maior filho da puta que existe", ela falou num tom de voz baixo mas que chegava a cortar que tanta raiva que havia. "Daí quando eu sigo em frente e começo a construir uma vida em que não existe Thomas Parker, ele do nada resolve aparecer aqui pra brincar comigo de novo, sabendo que nunca vou superá-lo totalmente", ela falou e parou para tomar ar no final da frase. "Isso parece bobagem pra você, null?" Ela perguntou com raiva. "Queria ver se fosse você e o Nathan, o que você faria", ela jogou e null a segurou pelos braços.

"Chega, null", ela falou calma, tentando acalmar a amiga. "Você nem gostava dele de verdade. Lembra quando vocês começaram a namorar, o que você disse?" null falou e eu não entendi, mas null escondeu o rosto no peito dela.

"Eu gostava dele, eu estava começando a me apaixonar por ele, null", null choramingou.

"Ele não era o cara certo pra você, null", null falou chegando perto da amiga e passando a mão no cabelo dela.

"Não..." null alertou assim que null ameaçou falar algo e a garota se calou pesarosa.

"null..." eu chamei baixo e ela apenas virou o rosto.

"Eu não quero te ver", ela falou e aquilo era o que faltava para eu literalmente despencar. Segurei em Max ao meu lado atordoado com o que ela falara, e busquei apoio no olhar das amigas dela, principalmente em null, que me suplicava com o olhar para não desistir.

E eu não queria desistir, mas eu ainda tinha forças depois daquilo?





'Você está bem?' era o que dizia a mensagem de null.

'Preciso mesmo responder?' escrevi deixando o celular sobre o peito e voltando a encarar o teto do quarto do hotel. Max havia se frustrado com a minha falta de reação e depressão e tinha saído para algum lugar. Era até reconfortante ficar sozinho, sem seus olhos me vigiando a todo segundo como se eu fosse pular da janela do quarto a qualquer momento.

'Você precisa falar com ela' null falou e eu suspirei.

'Ela não quer me ver', falei angustiado. As palavras de null no dia anterior ecoavam em minha mente, como um castigo.

'Force-a', ela escreveu.

'Não sei mais o que fazer. Tudo foi em vão', falei entrando em desespero. Soltei o celular e voltei a pega-lo dois segundos depois. 'Eu atravessei a porra do oceano para falar que eu a amava e ela nem olha mais na minha cara. Não sei o que mais se pode fazer', escrevi outra mensagem e a enviei.

'Ela é teimosa, Tom', li e revirei os olhos, isso não justificava. 'E ela age na defensiva. Eu não posso culpá-la.'

'Isso, defende a null mesmo', escrevi irritado.

'Não estou defendendo o que ela está fazendo. Estou justificando', ela falou.

'Não vejo nenhum argumento válido', retruquei.

'Você não viu o estado em que a deixou no parque daquela vez, viu? ' null acusou e eu respirei fundo tentando me controlar. Eu nem ao menos sabia qual era meu estado de espírito e o que eu estava tentando controlar, mas não era boa ideia deixar meu instinto agir no momento, eu poderia acabar fazendo alguma bobagem.

'Eu já pedi desculpas, milhões de vezes', me defendi.

'Ela tem medo que aconteça de novo', null justificou-a.

'Não vai! ' Afirmei tentando passar por uma mensagem de texto a segurança que teria na minha voz se eu tivesse falado em voz alta.

'Prove isso a ela! Mostre que você veio para ficar', ela disse.

'Eu vim pra busca-la, na verdade', respondi e pude ver null rindo.

'Você entendeu, Thomas --'', ela respondeu e eu ri.

'Como eu vou fazer isso?' perguntei.

'Isso é você que tem que decidir. Até onde você iria por ela? ', null perguntou e depois disso eu sabia que ela não me responderia mais, então nem perdi meu tempo respondendo.

Coloquei o celular no criado mudo e me virei ficando de barriga para baixo e escondendo o rosto no travesseiro. Eu precisava bolar algo, e rápido.

Mais uma vez as palavras de null voltaram à minha mente, uma por uma as acusações vieram com força contra mim, fazendo meu peito apertar e um bolo se formar na minha garganta.

Mais uma vez eu tentei engolir o choro. Eu não queria chorar, isso ia demonstrar fraqueza, ia mostrar a mim mesmo o quanto aquela garota tinha me afetado.

Mas dessa vez, ao contrário das outras, eu não consegui controlar o choro e lágrimas brotaram dos meus olhos e eram secadas pelo travesseiro no qual eu escondia meu rosto.

Chorar, na realidade, não era fraqueza. Era apenas liberar a angústia, o desespero e o medo que me assolavam desde que eu admiti a mim mesmo que estava apaixonado por ela.

Levantei da cama enxugando o rosto e revoltado comigo mesmo, eu estava parecendo uma garotinha de 15 anos.

"Você é Tom Parker", comecei para mim mesmo, "levanta daí e vai atrás dessa porra de garota. E faça ela te ouvir." Continuei falando comigo mesmo enquanto caminhava até o banheiro, "e você não vai voltar pra Inglaterra enquanto essa garota não for sua", falei me encarando no espelho. "Entendeu?" perguntei para mim mesmo, e completando o momento levemente autista, balancei a cabeça concordando.





"Você tem mesmo que ir, Tom?", null perguntou fazendo bico e eu ri.

"Tenho. Não podemos simplesmente cancelar o show assim", falei enquanto Max voltava já com as passagens na mão e as bagagens despachadas.

"Mas ela está quase cedendo", ela falou e eu desviei o olhar.

"Eu não posso fazer nada", falei tentando parecer indiferente. Não sei por que eu ainda tentava enganar a qualquer pessoa.

"Tom", ela pediu mais uma vez, mas eu dei de ombros.

"Você sabe que eu ficaria se pudesse", falei. "Mas eu não posso arriscar a minha carreira e a dos meninos", justifiquei e ela balançou a cabeça.

"Ela vai mudar de ideia, você vai ver", null tentou me animar e eu concordei.

"Manda um beijo pra null por mim?", pedi.

"E por mim", Max falou parando ao meu lado. Ela concordou e nos despedimos.

Eu e Max seguimos para a sala de embarque.

"E..." comecei, mas Max me interrompeu.

"Ela não vai achar que você está desistindo", ele falou como se lesse meus pensamentos.

"Certo", falei me sentando na cadeira dura do aeroporto.

"E se for preciso, a gente vem de novo", ele falou e eu sorri fraco.

"Se é que vou precisar", falei.

"Lembra do que a null falou? Ela vai mudar de ideia, cara", tentou e eu sorri fraco novamente.

"Deus te ouça, dude", murmurrei.

"Acalma esse nervosismo aí, Parker", ele falou meio brincalhão.

"Vou tentar", falei enquanto pegava o celular. Tinha se tornado um hábito checar o celular a cada cinco minutos para ver se tinha alguma resposta.

"Eu disse se acalma", Max falou tirando o celular da minha mão no mesmo minuto que ele vibrou. Nem mesmo se Max e mais o resto do mundo tentasse me impedir de pegar o celular teria conseguido tamanha a velocidade que peguei o celular da mão dele.

'Boa viagem ): ', foi tudo o que ela escreveu e eu fechei os olhos por um momento.

'Eu volto! Só vou desistir na hora que você me provar que não tenho nenhuma chance', foi o que eu respondi e eu sabia que ela não iria mais me responder, então entreguei o celular para Max.

"Vamos jogar alguma coisa. Não quero ficar pensando no que pode acontecer", falei para Max e ele concordou.




segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Capitulo 11



capitulo 11












CAPITULO 11



'VOCÊ TÁ APAIXONADO PELA null?', eu a imaginei gritando onde quer que ela esteja agora e revirei os olhos.

'É, mas não fala nada pra ninguém. E muito menos pra ela', escrevi.

'Mas ela precisa saber', null escreveu.

'Por isso eu preciso da sua ajuda', falei.

'Como assim? '

'Eu não sei o que fazer. Não sei como contar, e eu tô com medo. E tem o Leonardo ', escrevi. Só depois de enviar que eu percebi que a mensagem não fazia muito sentido.

'Explique-se e eu te ajudo', pediu como eu já esperava.

'E se ela se afastar? Eu quero dizer, ela está com o Leonardo e eles estão felizes juntos, e do jeito que ela fala, ele é perfeito. Eu não tenho chances contra alguém como ele. E mesmo que eu tivesse, não saberia como falar isso para ela. Não vou mandar uma mensagem', escrevi tentando ser coerente.

'Acredite; você tem chance contra o Leo. Ah, Tom, tem que ser de um modo natural. Não sei. Tem que ser algo que você faria. Não adianta ficar inventando e bolando mil coisas, tem que ser você', ela escreveu e eu gemi.

'Eu não sei ser romântico', escrevi.

'Eu não disse para ser romântico, disse para ser você', ela respondeu.

'Ainda não sei como fazer isso', escrevi revoltado.

'Vamos bolar alguma coisa, relaxa. Podemos conversar depois? Estou trabalhando e não posso falar agora', ela falou.

'Tudo bem', respondi, largando o celular na cama.

O que, diabos, eu ia fazer?

.

.

Meu celular vibrou e eu peguei o celular achando que era a null com alguma ideia menos radical que ir ao Brasil, mas o número era desconhecido, embora fosse do Brasil porque começava com "+55". Confuso, abri a mensagem.

'Você pode até enganar a ela, mas eu não sou idiota. Eu sei que você gosta dela, então ou você entra para valer para conquista-la, ou você some. Porque a null já ficou mal o suficiente da primeira vez e eu não vou deixar ela passar por aquilo de novo por indecisões e criancices suas.' Eu li estupefato a mensagem. Que porra era aquela?

"Tom?" Um dos meninos perguntou, mas eu estava surpreso demais para sequer reconhecer a voz deles. "Tá tudo bem?" Perguntou e eu levantei os olhos encontrando Max na minha frente. Estiquei o braço entregando o celular para ele que lesse a mensagem. "Quem é?"

"Não tenho a mínima ideia" respondi, pegando o celular de volta.

'Quem é? ' escrevi e enviei a mensagem. Eu estava assustado e muito. Peguei o celular novamente e procurei o número de null.

'Você contou pra alguém?' enviei a mensagem. Seja lá quem fosse eu precisava saber como descobriu.

"Mensagem, Tom." Max falou me tirando dos meus pensamentos.

'Do jeito que ela fala de você, parecia mais inteligente --'' era a resposta. Comecei a buscar entre os amigos de null alguém que pudesse ficar tão bravo assim comigo e que pudesse de algum modo ter descoberto isso. Um nome me veio à cabeça e eu tremi só de pensar nisso.

'Leonardo?' escrevi e quando enviei, a mensagem de null chegou.

'Não falei pra ninguém. Te prometi. Por que?' ela escreveu e eu me desesperei. Se ela não tinha falado, como é que ele sabia? Porque agora eu já tinha quase certeza que era Leonardo.

'O próprio.' Ele respondeu e eu olhei pra Max desesperado.

"É o namorado dela", minha voz saiu num sussurro.

'Como você sabe?'

'Não importa.'

'Foi a null?'

'Não! E não importa. Apenas se decida se vai lutar por ela, porque eu não vou simplesmente deixá-la ir, ou se vai desistir e sumir de uma vez. ' Ele respondeu.

"O que eu faço?" Perguntei para Max. Mas na realidade estava perguntando a mim mesmo.

"O que você quer fazer?" Ele me perguntou e eu o encarei.

"Eu a quero", respondi depois de reler a mensagem pela décima vez.

"Então, não desista", Max falou e eu respirei fundo. "Você já sabe o que fazer?" Ele perguntou e me perguntei se minha expressão estava tão decidida assim.

"A null deu uma idéia, mas é meio radical", falei baixo. "Mas não tenho outra opção", completei e Max me encarou.

"Se for te fazer feliz, cara..." Ele deixou a frase no ar. Peguei o celular novamente digitando uma mensagem pra null.

.

.

"Eu acho isso loucura demais, mas espero que dê tudo certo", Jay falou depois que o voo para São Paulo foi anunciado novamente.

"Eu sei", falei nervoso.

"Relaxa cara", Max falou entregando o passaporte e o bilhete do avião para a mulher.

"Obrigado por ir comigo", falei pegando as minhas coisas.

"Só espero que eles não destruam a casa", falou.

"Pode deixar, eu tomo conta de tudo", Nareesha disse me fazendo rir.

"Obrigado a você também", falei e ela sorriu. "Quero dizer, obrigado pelo apoio de todos vocês." Eu estava sentimental demais.

"Certo, agora vão antes que vocês percam o voo", Nathan falou me empurrando.

"E não esqueçam de dar notícias", Siva falou e concordamos. Terminei de me despedir dos meus amigos e entrei na sala de embarque com Max ao meu lado.

"Relaxa cara", Max repetiu a frase de alguns minutos atrás. "Vai dar tudo certo", ele falou e eu sorri fraco para ele.

.

.

'Pousamos, estamos no aeroporto.' Digitei para null.

'Certo, estou levando-a para o parque', foi a resposta de null.

'Como é o nome do parque mesmo?', digitei para ela enquanto pedíamos um táxi.

'Mostra o celular para o taxista', foi o que eu consegui entender da mensagem porque o resto estava em português e eu deduzi que fosse a direção do parque. Assim que o taxista parou, mostrei o celular para ele e ele riu, inconformado. Mas nos fez sinal para entrar no carro.

Max se sentou na frente e eu no banco de trás.

"Se acalma", ele pediu e eu fechei os olhos encostando a cabeça no banco.

"Como se fosse fácil", respondi sentindo meu coração bater numa velocidade fora do normal.

"Você precisa estar calmo para falar com ela", ele falou e eu concordei.

Fui o caminho inteiro repassando a frase que eu tinha montado para falar para ela. Quando chegamos ao parque, Max arrancou dinheiro que ele tinha trocado no aeroporto e entregou para o motorista sem se importar se era a quantia certa, e pela expressão do cara era muito mais do que ele estava acostumado a receber.

"E se..." comecei, mas Max me segurou.

"Nada de 'e se'. Você vai até lá e vai contar pra ela. Não adianta ficar tentando adivinhar o futuro", ele falou e eu concordei. "Agora vamos."

Começamos a caminhar refazendo o caminho de quase um ano atrás, e era incrivel como ele estava fresco na minha memória. Como se tivesse acontecido ontem.

Quando chegamos lá, null e null estavam de costas para nós exatamente como tinha combinado com null e falavam em português de modo que eu nunca iria saber o que estavam conversando.

Caminhei silenciosamente até lá enquanto Max parava ao meu lado. null disfarçadamente olhou para trás e me viu de modo que ela deu um espaço entre ela e null, que foi o suficiente para fazer null virar para ela. Ainda assim ela não me viu, e eu agradeci mentalmente por isso. Me aproximei o suficiente para que ela soubesse que havia alguém ali, mas fui rápido e tampei os olhos dela.

"null", null falou esticando o braço e dando um tapa na amiga e depois perguntou algo em portugues ao qual eu não entendi.

"Ele não fala português, null". null falou em inglês e null ficou parada sem tentar mais fazer com que eu a soltasse.

"Quem é?" Ela perguntou dessa vez em inglês e eu sorri.

"Adivinha", respondi num sussurro, sabendo que ela ia descobrir, e aí sim ela arranjou forças para me fazer soltá-la e se virou para mim assustada.

"Tom?" Perguntou e eu parei com medo dessa reação dela.

"Eu vou estar ali com o Max", null falou se afastando e deixando nós dois sozinhos.

"Oi, null", falei meio sem graça.

"O que vocês estão fazendo aqui? E cadê o Jay, o Nathan e o Siva? Porque não me contou?" Ela soltou tudo rápido demais e eu ri. Ela estava ainda mais linda do que antes.

"Só eu e o Max viemos. E não contei porque era surpresa", expliquei.

"Mas a null sabia", ela acusou.

"Era surpresa pra você", me defendi e ela corou.

"Por que?" Perguntou e eu respirei fundo me aproximando.

"Lembra que há nove meses, exatamente nesse mesmo parque e em frente a essa lagoa, eu te disse que precisávamos nos arriscar?" Perguntei começando a tremer de medo.

"Sim, mas o que tem a ver isso?" Perguntou confusa e eu sorri de lado.

"É a minha vez de me arriscar", falei antes de puxá-la para perto e juntar meus lábios aos dela. Ela ficou sem reação primeiro e logo em seguida entreabriu os lábios me permitindo aprofundar o beijo. Era ainda melhor do que eu tinha imaginado que poderia ser, era perfeito. Com direito a borboletas no estômago, como diziam que acontecia. Pouco tempo depois cortamos o beijo, mas eu não a deixei se afastar, mantendo minha testa contra a dela e os olhos fechados. Eu estava com medo de abri-los e descobrir que era apenas mais um sonho.

"Tom...", a voz dela era baixa e tremida e fiquei com medo do que ela poderia dizer.

"Eu te amo"