Capitulo 4
Tudo foi rápido demais, mal tive tempo de registrar seus movimentos e os lábios dela estavam contra os meus. Eu fiquei parado inicialmente, mas poucos segundo depois eu recobrei a consciência e a afastei dela.
"!", falei assustado mantendo certa distância entre nós. "O que deu em você?", perguntei nervoso com aquela atitude da garota.
"Você me mandou tentar de qualquer jeito", ela falou baixo e se afastou por conta própria abaixando o olhar.
"Eu tenho namorada, . Você não deveria ter feito isso", falei ficando cada vez mais nervoso. Uma raiva até então desconhecida tomando conta de mim. Eu tinha acreditado nela, acreditado que poderíamos ser amigos mesmo, mas a intenção dela nunca foi essa.
"Eu sei. Desculpa", ela falou fraco.
"Eu não acredito que eu achei que você podia não estar atrás de nada", falei ríspido e a vi prender o ar.
"Não é assim, Tom", ela falou me encarando, e eu podia ver seus olhos cheios de lágrimas. Parte de mim queria consolá-la, mas eu ainda estava bravo com tudo aquilo. Bravo comigo mesmo por ter sido tão ingênuo. No final das contas Max estava certo.
"É assim sim, ", falei dando as costas pra ela e me afastando.
"Tom", ela ainda me gritou uma última vez, mas eu a ignorei, caminhando pela mesma trilha que me levara até lá. Quando voltei ao local onde tinha deixado Max e Siva; , Jay, e Nathan já tinham voltado.
"Eu estou indo para o hotel agora, quem vem comigo?", perguntei parando em frente a eles, e os seis me encararam, suas expressões variando de desconfiados para preocupados.
"Cadê a ?", perguntou e só de ouvir o nome da garota a raiva voltou a crescer dentro de mim, fechei o punho e sai andando por onde eu acreditava ser o caminho certo.
"Foi por ali", ouvi Max dizer e saiu correndo enquanto gritava algo pra .
"Tom, não é por ai", falou e eu parei respirando fundo. "Vamos, eu vou levar vocês até o táxi e de lá vocês conseguem voltar sozinhos, certo?", ela perguntou receosa e o mais afastada de mim o possível, o que significava que eu deixava bem claro o quanto eu estava puto.
"Tanto faz", falei dando de ombros e continuando pelo caminho que ela indicou.
"O que aconteceu?", Max perguntou andando mais rápido pra me acompanhar.
"Você estava certo esse tempo todo e eu sou um idiota", falei e suspirei irritado. Eu ainda estava com raiva dela por ter me beijado, mas estava com mais raiva de mim por ter me deixado levar pela inocência que ela passava.
"Do que você esta falando, Tom?", Max perguntou confuso e eu passei a mão pelo rosto.
"Deixa pra lá", falei finalizando a conversa. Eu não queria falar sobre aquilo.
Caminhamos mais um pouco e voltamos para o ponto onde tínhamos começado e nos colocou num táxi e falou o nome do hotel, já deixando dinheiro para o cara, porque obviamente íamos nos perder nisso. Logo que entramos no táxi ela saiu correndo de volta para dentro do parque.
Desci do carro e abri a porta de casa numa velocidade anormal. Nunca fora tão bom voltar para casa como estava sendo bom daquela vez. Respirei fundo aproveitando a sensação de nostalgia por estar em casa novamente. Era drama sim, porque ficamos só cinco dias fora, o problema era o que havia acontecido nesses 5 dias. Peguei o celular do meu bolso e apertei o numero da discagem rápida.
"Kels?", falei assim que ela atendeu ao telefone. "Vamos fazer algo? Estou com saudades", falei enquanto a ouvia começar a tagarelar do outro lado da linha. Como eu tinha sentido falta disso.
"Mas você não está cansado?", ela perguntou preocupada e eu sorri sozinho com a sua preocupação.
"Um pouco, mas eu queria te ver", falei sentando na cama tirando o tênis.
"Então eu vou aí ao invés de sairmos, o que acha?", sugeriu e eu ponderei um pouco.
"A casa está uma bagunça", eu avisei e ela riu.
"Novidade", falou. "Te vejo em 30 minutos, pode ser?"
"Claro, estou te esperando", falei e logo depois desligamos o telefone. Deitei na cama largando o celular sobre meu peito e fechando os olhos. Eu estava bem mais cansado do que achei que estivesse, mas sabia que um tempo com Kelsey iria melhorar a situação.
"Mas já vão viajar de novo?", Nareesha brincou bagunçando o cabelo de Siva e nos fazendo rir.
"Já? Faz um mês que estamos 'presos' em Londres", eu reclamei no mesmo tom de brincadeira que ela usava.
"Como se vocês não gostassem de Londres", Kelsey ironizou.
"Mas é legal conhecer o mundo", falei dando de ombros. "Além do que, vamos gravar o clipe em NY", falei animado.
"Essa é a parte que menos gosto dessa viagem", Kels reclamou. Ela não estava nada satisfeita com o roteiro de Warzone, e deixava isso bem claro para todos. Os meninos já tinham perdido a paciência com ela, e as garotas estavam começando a se irritar também.
"Kels...", falei e ela se desculpou sem convencer ninguém.
"Vai ser demais", Nathan falou animado e eu ri.
"De volta a América", comentei, forçando uma risada. A última ida para a América me voltando a cabeça. Tinha sido demais, mas não acabou como eu queria que tivesse acabado. E aquilo tinha me perseguido pelo mês inteiro noite após noite, e eu tinha a ligeira impressão que ia continuar assim.
"Tom?", Kelsey me chamou e pelo seu tom de voz não era a primeira vez.
“Desculpa, eu me distraí", me justifiquei sem me importar realmente.
"Percebi", satirizou. "Seu celular estava vibrando", falou apontando pra mesa e eu me estiquei para pegá-lo. '1 nova mensagem de ' era o que estava escrito. Revirei os olhos apertando para 'close'. Não era a primeira vez que ela me mandava mensagem, e nem a primeira vez que eu ignorava suas mensagens. Eu simplesmente não queria falar com ela, e não ia falar com ela, já bastava lembrar dela e daquele selinho praticamente todas as noites.
"Eu vou tomar banho pra sair pra comer", falei. "Quem vai comigo?", perguntei olhando pra todos.
"Eu sei que você quer tomar banho comigo Tom, mas espera as meninas saírem", Max brincou e eu lhe mandei o dedo rindo.
"Eu tô falando sério", retruquei subindo as escadas.
"Você nunca fala sério, Tom", Siva acusou e eu ri.
"Certo, certo", falei. "Enfim, eu vou mesmo tomar banho. Depois vamos sair pra algum lugar. Chega de ficar em casa", reclamei terminando de subir as escadas. "Mas a proposta do banho esta em pé, Kelsey", gritei do meu quarto tendo certeza que ela agora estava vermelha e querendo me matar enquanto os meninos riam dela.
"Onde você estava?", foi a primeira coisa que ouvi assim que entrei no meu quarto.
"Bebendo", respondi jogando as chaves em cima da mesa que tinha ao lado da cama.
"Com quem?", Kelsey perguntou sem se mexer. O que diabos ela estava fazendo no meu quarto?
"Sozinho", respondi de novo, tirando a camiseta e jogando no chão.
"Mentiroso!", ela falou e eu me virei.
"Como é que é?", perguntei irritado. Agora eu não podia mais sair pra beber que ela começava a dar ataque, ótimo.
"Você acha que vou acreditar que você saiu pra beber sozinho?", ela perguntou revirando os olhos. "Quem estava lá?", perguntou de novo e fui eu quem revirou os olhos.
"Milhões de pessoas", respondi irritado. "Nenhuma que você conheça", continuei provocando e vi-a ficar estática. "E por incrível que pareça, nenhuma que EU conheça", terminei dando as costas pra ela.
"E porque eu acreditaria nisso?", gritou irritada parando atrás de mim. Eu me virei para ela e seus olhos brilhavam de raiva, os meus não deveriam estar muito diferentes.
"Porque eu sou a porra do seu namorado", gritei de volta abrindo a porta do meu quarto. "Agora se não se importa, eu quero dormir”, falei e ela me encarou boquiaberta. "E só volte se decidir que mereço confiança", finalizei irritado batendo a porta atrás dela e respirando fundo. Esse ciúmes dela estava começando a me irritar já.
"Eu acho que vocês deveriam sentar e conversar e se explicar com calma", Max falou e eu revirei os olhos.
"Nós estamos bem, não vou sentar pra conversar pra ela começar a arranjar motivos pra outra briga", falei e Max balançou a cabeça.
"Isso não vai dar certo desse jeito, Tom", ele alertou e eu dei de ombros.
"Eu não sei se ela esta disposta a fazer dar certo", comentei. "Não sei nem se eu continuo disposto a fazer dar certo", falei um pouco mais baixo.
"Vocês vão se resolver e ficar bem, só precisa conversar direito e colocar limites nas coisas", Max falou e eu concordei.
"Eu sei, mas não quero fazer isso se for ser o motivo de outra briga. Eu tô cansado", falei me rendendo por fim.
"Vai dar tudo certo", Max tentou me animar.
"Espero."
Senti algo vibrar no meu bolso, mas não dei muita importância virando mais uma vez o copo de Vodca com Sprite que o barman tinha acabo de encher. Eu estava em algum pub, em algum lugar de Londres que no momento eu não lembrava qual era. Tudo estava começando a ficar borrado na minha mente, mas a única coisa que eu queria que sumisse era a única que continuava ali intacta. Talvez não a única, mas a outra eu já tinha aprendido a ignorar. Novamente senti algo vibrar no meu bolso e me dei conta que era o celular, o tirei dali e o olhei 'Jay'. Apertei 'ignore' e larguei o celular no balcão. Eu não queria falar com ninguém agora, porque sabia que todos iam tentar me convencer a ir atrás de Kelsey mais uma vez.
"Encher a cara é a única coisa que você sabe fazer, não?", a voz de Kelsey que chegou aos meus ouvidos era sarcástica e alta. Por um momento achei que o álcool estava fazendo mais efeito do que o esperado e que ela não estava realmente ali, mas as pessoas começaram a olhar de mim para algum ponto atrás de mim e eu me virei para encontrar com ela.
"Não, mas essa é a única coisa que você consegue enxergar", devolvi, "além é claro de que qualquer mulher que passe ao meu lado na rua você achar que é minha amante", acrescentei.
"Como se eu não tivesse motivos pra achar isso", falou cruzando os braços.
"Como se eu tivesse te dado motivos pra estar sempre desconfiando de mim", falei levantando e sentindo tudo girar ao meu redor. "Você age como se não me conhecesse", reclamei andando meio torto em direção a ela.
"O problema é que eu te conheço bem demais", ela retrucou. "Seu histórico não fala muito a favor de você, não é Thomas?", ela falou e eu ri. "Desde sempre bebendo e pegando tudo quanto é mulher que vê pela frente sem se importar com os sentimentos delas", falou e eu revirei os olhos.
"Eu tinha 16 anos, pelo amor de Deus, Kelsey", falei e ela riu.
"Parece que continua com 16 anos até hoje", satirizou.
"Quer saber? Eu tô cansado!", gritei de repente e ela se assustou. "Cansado dessas suas crises de ciúmes ridículas, de ficar invadindo minha casa, meu quarto pra saber onde estou, ficar mexendo nas minhas coisas sem permissão e tô cansado de ficar correndo atrás de você feito idiota pra pedir desculpa por brigas que são sempre causadas por essa sua paranoia", falei dando as costas pra ela e voltando ao bar jogando um nota em cima do balcão.
"É isso mesmo que você quer? Isso que você acha?", ela perguntou fraco e por um momento me arrependi de ter gritado com ela.
"É, é isso", falei saindo do bar antes dela.
YEAH Thomas, get drunk and say everything to her! hahahahahahahaha me imaginei no Bar berrando "VIXXXIII" ou "OOWWWWWW" na briga deles...hahahaha Clau, como sempre surpreendendo cada dia.... Love u...
ResponderExcluirAww, amei. Posta mais *0*
ResponderExcluirOh mamãe! Esse Thomas... hahaha
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