sábado, 31 de dezembro de 2011

Capitulo 5



Capitulo 5













Capitlo 5








"Kelsey", gritei, batendo na porta pela vigésima vez naquele dia. "Abre a porta", pedi de novo e ouvi um barulho de algo quebrando dentro do apartamento dela.

"Vai embora", ela gritou de volta e eu suspirei.

"Por favor, Kels, me escuta", praticamente supliquei, e ela por fim abriu a porta.

"Escutar o que? Que está cansado de mim? Escutei perfeitamente bem ontem", ela falou fria e eu engoli em seco.

"Não Kels", eu falei fraco. "Eu vim pedir desculpa. Eu sou um idiota, eu nunca deveria ter falado aquilo. Eu nem sei por que falei, na verdade", menti. Na realidade eu estava meio cansado das loucuras dela, mas eu não estava disposto a perdê-la sem tentar fazer nosso namoro dar certo uma última vez. "Eu bebi demais, eu estava irritado, a gente tinha acabado de brigar e acabei descontando em cima de você. Eu... eu te amo Kels", falei respirando fundo no final da frase. Parte de mim se sentia mal por estar fazendo aquilo, a parte que me fazia perguntar se eu realmente a amava mesmo ou se apenas não queria me dar por vencido e aceitar o que meus amigos vinham me dizendo nos últimos meses.

"Você acha que só um pedido de desculpa vai ser o suficiente depois de ontem?", ela perguntou sarcástica, e eu suspirei frustrado.

"Eu nunca fui um cara romântico, e eu não sei fazer isso Kelsey. Você foi a primeira mulher com quem eu realmente me importei, você precisa me ajudar a fazer as coisas direito", falei e ela desviou o olhar do meu.

"Só me prometa que nunca mais vai fazer isso de novo", ela pediu num tom de voz fraco. Segurei seu queixo e levantei sua cabeça até que ela me encarasse.

"Prometo", falei me aproximando dela e deixando um leve selinho em seus lábios.





Joguei o celular no chão sem me importar que eu pudesse quebrá-lo e sai do quarto batendo a porta. Eu estava irritado, inconformado e tudo o mais que eu tinha direito.

"Está tudo bem?", Siva perguntou receoso quando passei pela cozinha e ia em direção à porta.

"Não!", respondi seco pegando a jaqueta que estava em cima do sofá sem ver se era minha ou não. Eu queria beber.

"A última vez que você saiu pra beber depois de brigar com a Kelsey as coisas não deram muito certo", Jay comentou e eu suspirei.

"Porque não fica aqui e conversamos? Às vezes existem soluções melhor que o álcool", Max falou me segurando pelos ombros e me fazendo andar até a cozinha, eu não ofereci resistência alguma.

"Eu estou cansado de brigar", falei sentando e escondendo o rosto nas mãos. "Tudo é motivo de briga, de desconfiança", reclamei colocando aquilo pra fora por fim.

"Eu já falei isso, vocês tem que conversar", Max falou e Nathan concordou em silêncio.

"Não tem como conversar com ela. Todas as conversas ela transforma em briga, de um modo ou de outro", me defendi.

"Já parou pra analisar os motivos dela? Às vezes ela tem um pouco de razão", Nathan falou receoso e eu o encarei inconformado.

"Sério que você está defendendo ela, Nathan?", perguntei deixando a minha irritação transparecer.

"Não estou a defendendo, Tom. Só estou dizendo que ela tem seus motivos, e você deveria parar pra analisá-los um pouco", Nathan se justificou.

"Entendo porque eu encho a cara sempre que brigo com ela?", perguntei olhando para Jay. "Pelo menos o álcool é meu amigo de verdade", falei levantando.

"Tom, para de drama", Max falou me forçando a sentar de novo. "Você tem que concordar que às vezes é meio negligente com ela", ele me acusou e eu revirei os olhos.

"E claro que brigando comigo é um meio conseguir minha atenção", ironizei e eles reviraram os olhos.
"Ela se sente insegura", Siva explicou e eu bufei irritado.

"Eu me atraso pra ensaio, entrevista e o que for pra ouvi-la, eu corro atrás dela o tempo todo, e ela se sente insegura? Pelo amor de Deus, me diz outra garota por quem eu fiz um terço do que eu faço por ela", falei frustrado dessa vez.

"Você não quer mesmo a resposta pra essa pergunta, quer?", Siva perguntou depois de trocar um olhar com os meninos.

"Quero!", desafiei acreditando que eles não iam falar o que eu estava achando que eles iam falar.

"!", Max falou e eu o encarei boquiaberto. Eu não podia acreditar que eles iam mesmo usar ela contra mim. Levantei irritado, meus olhos ardendo de raiva, e sai de casa batendo a porta. Eu não podia acreditar que eles tinham mesmo falado aquilo, isso era jogar baixo. Muito baixo!





A claridade entrou no quarto me acordando e fazendo minha cabeça latejar. Só então percebi que estava em casa, na minha cama. A última coisa que me lembrava era de sair de casa muito irritado e beber tudo que existia de álcool no pub mais próximo da nossa casa. Como cheguei em casa era um mistério total para mim, e eu, com a dor de cabeça que estava, no fundo não me importava.

Me virei na cama de modo a ficar de costas para a janela e chegar menos luz em mim, e me deparei com um comprimido e um copo de água na mesa de cabeceira, assim como meu celular que eu tinha largado jogado no chão do quarto na noite anterior. Certamente algum dos meninos tinha ido me buscar e sabia que minha ressaca ia ser pesada, além de se importar o suficiente com o meu telefone pra não largá-lo no chão. Não pude evitar sorrir minimamente com isso, por mais mal-educado que eu tinha sido com eles ontem eles ainda assim tinham ido tomar conta de mim. Eu definitivamente tinha os melhores amigos do mundo.

Peguei o celular a fim de ver que horas eram, mas ao invés da foto de Kelsey no plano de fundo tinha uma mensagem aberta. Fechei os olhos com a claridade repentina sobre meus olhos e me forcei a ler o que estava escrito, não entendi nada além de Kelsey e . Só então olhei para o remetente da mensagem e gemi só de ver o nome de ali. Depois de seis meses ignorando todas as tentativas de comunicação dela algum dos meus amados amigos tinha que abrir a mensagem e pior, deixá-la aberta. Voltei os olhos para a mensagem e notei que ela estava toda em português, motivo pelo qual eu não tinha entendido nada. E isso significava que a mensagem não era para mim, e sim para alguma de suas amigas. Provavelmente já que era o outro nome ali. Abri o menu pronto para deletar a mensagem, mas parei antes de o fazer. Eu estava curioso pra saber o que ela estava falando, porque eu sabia que era de mim e de Kelsey.

Respirando fundo, copiei o conteúdo da mensagem e joguei no Google tradutor.

'PARA DE DEFENDER A KELSEY, ! Olha o que ela está fazendo com ele. É ridículo isso! Daqui a pouco ele vai ter que sair na rua de olhos vendados por conta desse ciúme ridículo dela. Sou suspeita pra falar, eu sei, mas ele merece alguém que acredite e confie nele. E sobre isso... Eu sei, eu fiz besteira, não deveria ter me deixado levar pelas palavras fofas deles e tudo o mais. Eu só queria que ele entendesse um pouco meu lado, e pelo menos lesse as mensagens de apoio que eu mando, mas sei que não lê. Enfim... Eu sou uma idiota, todos sabem, mas a Kelsey é dez vezes mais. ' Era o que estava escrito se você consertasse os erros gramaticais que o Google fazia. Parei por um momento para pensar no que fazer com tanta informação de uma vez.

Era a primeira vez que eu ouvia a opinião de alguém de fora sobre toda essa história com a Kelsey, mesmo que não pudesse ser levada totalmente a sério. E era a primeira vez também que eu sabia qualquer coisa que pensava sobre o incidente no parque, e me senti levemente culpado por ignorar todas suas mensagens achando que ela estava pedindo desculpas ou qualquer coisa do tipo, enquanto na realidade só queria me dar apoio. Suspirei.

'Número errado, ' digitei e apertei pra enviar, sorrindo ao ver o apelido escrito na tela do celular e tentando imaginar qual iria ser a reação dela ao ver não só uma mensagem minha como também uma tão íntima.

'Desculpa, era pra ' o celular apitou quase 10 minutos depois com a resposta dela e eu ri. Ela levara 10 minutos pra escrever só aquilo?

'Eu sei, eu li a mensagem, haha. 10 minutos só pra 4 palavras? WOW! ' escrevi e levantei da cama tomando enfim o remédio. Minha cabeça estava doendo demais e eu queria um bom banho e nada mais.

'VOCÊ LEU? ', foi a primeira coisa que eu vi na nova mensagem e ri disso. 'O que deu em você pra ser gentil e legal comigo depois de 6 meses me ignorando totalmente? ', foi a pergunta seguinte e eu podia ver a cara sarcástica dela, que tinha acabado de apitar novamente.

'Desculpa' foi tudo o que eu digitei.
'Não deveria, mas como a culpa é inteiramente minha, está desculpado. Você está bem com toda essa história... dela? ', era o que estava escrito e eu sorri fracamente.

'Na realidade não, mas depois conversamos sobre isso. Vou tomar banho, estou com saudades', escrevi e joguei o celular na cama mais uma vez e corri para o banheiro.

domingo, 25 de dezembro de 2011

Capitulo 4



Capitulo 4














Capitulo 4







Tudo foi rápido demais, mal tive tempo de registrar seus movimentos e os lábios dela estavam contra os meus. Eu fiquei parado inicialmente, mas poucos segundo depois eu recobrei a consciência e a afastei dela.

"!", falei assustado mantendo certa distância entre nós. "O que deu em você?", perguntei nervoso com aquela atitude da garota.

"Você me mandou tentar de qualquer jeito", ela falou baixo e se afastou por conta própria abaixando o olhar.

"Eu tenho namorada, . Você não deveria ter feito isso", falei ficando cada vez mais nervoso. Uma raiva até então desconhecida tomando conta de mim. Eu tinha acreditado nela, acreditado que poderíamos ser amigos mesmo, mas a intenção dela nunca foi essa.

"Eu sei. Desculpa", ela falou fraco.

"Eu não acredito que eu achei que você podia não estar atrás de nada", falei ríspido e a vi prender o ar.

"Não é assim, Tom", ela falou me encarando, e eu podia ver seus olhos cheios de lágrimas. Parte de mim queria consolá-la, mas eu ainda estava bravo com tudo aquilo. Bravo comigo mesmo por ter sido tão ingênuo. No final das contas Max estava certo.

"É assim sim, ", falei dando as costas pra ela e me afastando.

"Tom", ela ainda me gritou uma última vez, mas eu a ignorei, caminhando pela mesma trilha que me levara até lá. Quando voltei ao local onde tinha deixado Max e Siva; , Jay, e Nathan já tinham voltado.

"Eu estou indo para o hotel agora, quem vem comigo?", perguntei parando em frente a eles, e os seis me encararam, suas expressões variando de desconfiados para preocupados.

"Cadê a ?", perguntou e só de ouvir o nome da garota a raiva voltou a crescer dentro de mim, fechei o punho e sai andando por onde eu acreditava ser o caminho certo.

"Foi por ali", ouvi Max dizer e saiu correndo enquanto gritava algo pra .

"Tom, não é por ai", falou e eu parei respirando fundo. "Vamos, eu vou levar vocês até o táxi e de lá vocês conseguem voltar sozinhos, certo?", ela perguntou receosa e o mais afastada de mim o possível, o que significava que eu deixava bem claro o quanto eu estava puto.

"Tanto faz", falei dando de ombros e continuando pelo caminho que ela indicou.

"O que aconteceu?", Max perguntou andando mais rápido pra me acompanhar.

"Você estava certo esse tempo todo e eu sou um idiota", falei e suspirei irritado. Eu ainda estava com raiva dela por ter me beijado, mas estava com mais raiva de mim por ter me deixado levar pela inocência que ela passava.

"Do que você esta falando, Tom?", Max perguntou confuso e eu passei a mão pelo rosto.

"Deixa pra lá", falei finalizando a conversa. Eu não queria falar sobre aquilo.

Caminhamos mais um pouco e voltamos para o ponto onde tínhamos começado e nos colocou num táxi e falou o nome do hotel, já deixando dinheiro para o cara, porque obviamente íamos nos perder nisso. Logo que entramos no táxi ela saiu correndo de volta para dentro do parque.





Desci do carro e abri a porta de casa numa velocidade anormal. Nunca fora tão bom voltar para casa como estava sendo bom daquela vez. Respirei fundo aproveitando a sensação de nostalgia por estar em casa novamente. Era drama sim, porque ficamos só cinco dias fora, o problema era o que havia acontecido nesses 5 dias. Peguei o celular do meu bolso e apertei o numero da discagem rápida.

"Kels?", falei assim que ela atendeu ao telefone. "Vamos fazer algo? Estou com saudades", falei enquanto a ouvia começar a tagarelar do outro lado da linha. Como eu tinha sentido falta disso.

"Mas você não está cansado?", ela perguntou preocupada e eu sorri sozinho com a sua preocupação.

"Um pouco, mas eu queria te ver", falei sentando na cama tirando o tênis.

"Então eu vou aí ao invés de sairmos, o que acha?", sugeriu e eu ponderei um pouco.

"A casa está uma bagunça", eu avisei e ela riu.

"Novidade", falou. "Te vejo em 30 minutos, pode ser?"

"Claro, estou te esperando", falei e logo depois desligamos o telefone. Deitei na cama largando o celular sobre meu peito e fechando os olhos. Eu estava bem mais cansado do que achei que estivesse, mas sabia que um tempo com Kelsey iria melhorar a situação.





"Mas já vão viajar de novo?", Nareesha brincou bagunçando o cabelo de Siva e nos fazendo rir.

"Já? Faz um mês que estamos 'presos' em Londres", eu reclamei no mesmo tom de brincadeira que ela usava.

"Como se vocês não gostassem de Londres", Kelsey ironizou.

"Mas é legal conhecer o mundo", falei dando de ombros. "Além do que, vamos gravar o clipe em NY", falei animado.

"Essa é a parte que menos gosto dessa viagem", Kels reclamou. Ela não estava nada satisfeita com o roteiro de Warzone, e deixava isso bem claro para todos. Os meninos já tinham perdido a paciência com ela, e as garotas estavam começando a se irritar também.

"Kels...", falei e ela se desculpou sem convencer ninguém.

"Vai ser demais", Nathan falou animado e eu ri.

"De volta a América", comentei, forçando uma risada. A última ida para a América me voltando a cabeça. Tinha sido demais, mas não acabou como eu queria que tivesse acabado. E aquilo tinha me perseguido pelo mês inteiro noite após noite, e eu tinha a ligeira impressão que ia continuar assim.

"Tom?", Kelsey me chamou e pelo seu tom de voz não era a primeira vez.

“Desculpa, eu me distraí", me justifiquei sem me importar realmente.

"Percebi", satirizou. "Seu celular estava vibrando", falou apontando pra mesa e eu me estiquei para pegá-lo. '1 nova mensagem de ' era o que estava escrito. Revirei os olhos apertando para 'close'. Não era a primeira vez que ela me mandava mensagem, e nem a primeira vez que eu ignorava suas mensagens. Eu simplesmente não queria falar com ela, e não ia falar com ela, já bastava lembrar dela e daquele selinho praticamente todas as noites.

"Eu vou tomar banho pra sair pra comer", falei. "Quem vai comigo?", perguntei olhando pra todos.

"Eu sei que você quer tomar banho comigo Tom, mas espera as meninas saírem", Max brincou e eu lhe mandei o dedo rindo.

"Eu tô falando sério", retruquei subindo as escadas.

"Você nunca fala sério, Tom", Siva acusou e eu ri.

"Certo, certo", falei. "Enfim, eu vou mesmo tomar banho. Depois vamos sair pra algum lugar. Chega de ficar em casa", reclamei terminando de subir as escadas. "Mas a proposta do banho esta em pé, Kelsey", gritei do meu quarto tendo certeza que ela agora estava vermelha e querendo me matar enquanto os meninos riam dela.





"Onde você estava?", foi a primeira coisa que ouvi assim que entrei no meu quarto.

"Bebendo", respondi jogando as chaves em cima da mesa que tinha ao lado da cama.

"Com quem?", Kelsey perguntou sem se mexer. O que diabos ela estava fazendo no meu quarto?

"Sozinho", respondi de novo, tirando a camiseta e jogando no chão.

"Mentiroso!", ela falou e eu me virei.

"Como é que é?", perguntei irritado. Agora eu não podia mais sair pra beber que ela começava a dar ataque, ótimo.

"Você acha que vou acreditar que você saiu pra beber sozinho?", ela perguntou revirando os olhos. "Quem estava lá?", perguntou de novo e fui eu quem revirou os olhos.

"Milhões de pessoas", respondi irritado. "Nenhuma que você conheça", continuei provocando e vi-a ficar estática. "E por incrível que pareça, nenhuma que EU conheça", terminei dando as costas pra ela.

"E porque eu acreditaria nisso?", gritou irritada parando atrás de mim. Eu me virei para ela e seus olhos brilhavam de raiva, os meus não deveriam estar muito diferentes.

"Porque eu sou a porra do seu namorado", gritei de volta abrindo a porta do meu quarto. "Agora se não se importa, eu quero dormir”, falei e ela me encarou boquiaberta. "E só volte se decidir que mereço confiança", finalizei irritado batendo a porta atrás dela e respirando fundo. Esse ciúmes dela estava começando a me irritar já.





"Eu acho que vocês deveriam sentar e conversar e se explicar com calma", Max falou e eu revirei os olhos.

"Nós estamos bem, não vou sentar pra conversar pra ela começar a arranjar motivos pra outra briga", falei e Max balançou a cabeça.

"Isso não vai dar certo desse jeito, Tom", ele alertou e eu dei de ombros.

"Eu não sei se ela esta disposta a fazer dar certo", comentei. "Não sei nem se eu continuo disposto a fazer dar certo", falei um pouco mais baixo.

"Vocês vão se resolver e ficar bem, só precisa conversar direito e colocar limites nas coisas", Max falou e eu concordei.

"Eu sei, mas não quero fazer isso se for ser o motivo de outra briga. Eu tô cansado", falei me rendendo por fim.

"Vai dar tudo certo", Max tentou me animar.

"Espero."





Senti algo vibrar no meu bolso, mas não dei muita importância virando mais uma vez o copo de Vodca com Sprite que o barman tinha acabo de encher. Eu estava em algum pub, em algum lugar de Londres que no momento eu não lembrava qual era. Tudo estava começando a ficar borrado na minha mente, mas a única coisa que eu queria que sumisse era a única que continuava ali intacta. Talvez não a única, mas a outra eu já tinha aprendido a ignorar. Novamente senti algo vibrar no meu bolso e me dei conta que era o celular, o tirei dali e o olhei 'Jay'. Apertei 'ignore' e larguei o celular no balcão. Eu não queria falar com ninguém agora, porque sabia que todos iam tentar me convencer a ir atrás de Kelsey mais uma vez.

"Encher a cara é a única coisa que você sabe fazer, não?", a voz de Kelsey que chegou aos meus ouvidos era sarcástica e alta. Por um momento achei que o álcool estava fazendo mais efeito do que o esperado e que ela não estava realmente ali, mas as pessoas começaram a olhar de mim para algum ponto atrás de mim e eu me virei para encontrar com ela.

"Não, mas essa é a única coisa que você consegue enxergar", devolvi, "além é claro de que qualquer mulher que passe ao meu lado na rua você achar que é minha amante", acrescentei.

"Como se eu não tivesse motivos pra achar isso", falou cruzando os braços.

"Como se eu tivesse te dado motivos pra estar sempre desconfiando de mim", falei levantando e sentindo tudo girar ao meu redor. "Você age como se não me conhecesse", reclamei andando meio torto em direção a ela.

"O problema é que eu te conheço bem demais", ela retrucou. "Seu histórico não fala muito a favor de você, não é Thomas?", ela falou e eu ri. "Desde sempre bebendo e pegando tudo quanto é mulher que vê pela frente sem se importar com os sentimentos delas", falou e eu revirei os olhos.

"Eu tinha 16 anos, pelo amor de Deus, Kelsey", falei e ela riu.

"Parece que continua com 16 anos até hoje", satirizou.

"Quer saber? Eu tô cansado!", gritei de repente e ela se assustou. "Cansado dessas suas crises de ciúmes ridículas, de ficar invadindo minha casa, meu quarto pra saber onde estou, ficar mexendo nas minhas coisas sem permissão e tô cansado de ficar correndo atrás de você feito idiota pra pedir desculpa por brigas que são sempre causadas por essa sua paranoia", falei dando as costas pra ela e voltando ao bar jogando um nota em cima do balcão.

"É isso mesmo que você quer? Isso que você acha?", ela perguntou fraco e por um momento me arrependi de ter gritado com ela.

"É, é isso", falei saindo do bar antes dela.




sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Capitulo 3



Capitulo 3













Capitulo 3







“Para, Nathan”, gritou se afastando da piscina enquanto corria atrás dela.

Estávamos ali há algumas horas já. Siva dormia, Max encarava a todos como se nos avaliasse, estava sentada na borda da piscina com Nathan e Jay, e agora fugia de que tentava molhá-la.

Entrando na brincadeira – e porque era a única que ainda estava seca – saí da piscina indo pelo lado contrario ao que corria, de modo a encurralar . Assim que ela percebeu parou de correr tentando encontrar uma saída.

“É serio, eu tenho que ir pra faculdade daqui a pouco. Não posso me molhar”, ela falou tentando nos convencer, mas agora eu estava gostando da brincadeira. Jay, Nathan e tinham se unido ao círculo para impedir que ela fugisse.

Comecei a andar na direção dela, e ela deu alguns passos para trás, mas parou assim que gritou algo para ela em português. riu do comentário e virou para olhar que tinha uma expressão irônica no rosto.

Admito que eu estava curiosíssimo pra saber o que ela tinha falado, mas era a minha deixa. Aproveitando o momento de distração de a abracei puxando pra beirada da piscina.

“Não Tom, por favor”, ela pediu mas eu ri.

“Molhada por molhada, qual a diferença?”, perguntei antes de soltá-la e empurrá-la em direção a piscina. Ela ainda tentou não cair e nessa tentativa segurou meu braço me fazendo cair junto com ela dentro da água.

Quando emergi, já saia de dentro da piscina.

“Se considere um homem morto, Parker”, ela falou, seu tom de voz era baixo, mas raivoso.

“Qual é, foi só uma brincadeira”, eu falei me defendendo.

“Uma brincadeira que vai me fazer ter que ir até em casa lá na puta que pariu pra trocar de roupa”, ela reclamou.

“Hm... Desculpa?”, Perguntei receoso. Ela parecia estar realmente brava.

“Não”, ela respondeu ríspida, pegando a toalha da mão de para secar meu cabelo. “Espero que a Kelsey não queira ter filhos, porque eu vou te castrar Thomas”, ela falou. “Olha meu cabelo”, reclamou de novo e disso eu tive que rir.

“Drama Queen”, falei rindo dela, mas o olhar que ela lançou me fez parar na hora. “Hey, desculpa”, falei novamente, “eu não sabia que você ia ficar tão brava”, me justifiquei e por um momento vi um leve sorriso nos seus lábios, mas ele desapareceu logo.

“Vou pensar no seu caso”, ela respondeu.

“Nem se eu te emprestar meu chuveiro quentinho pra você tomar banho?”, ofereci e ela ponderou por um momento.

“Eu... eu... eu acho melhor não, Tom”, ela respondeu por fim, desviando o olhar logo em seguida.

“Ah, okay”, respondi. “Se quiser, não tem problema nenhum”.

“Não, pode deixar”, ela disse. “Eu só vou ao banheiro torcer a roupa e vou pra casa. Minha aula começa em meia hora e já vou chegar atrasada. Mas obrigado”, completou meio sem jeito puxando pra ir com ela para o banheiro.

“Hey, ”, eu chamei e ela se virou. “Pega minha blusa, pelo menos está seca”, falei jogando pra ela, que sorriu e pegou.

“Obrigada.”

“De nada.”

Cinco minutos depois e continuavam no banheiro e isso me preocupou um pouco. Será que ela estava realmente brava? Caminhei até lá parando na porta e ouvi as duas garotas conversarem entre si. Obviamente em português, mas entendi ‘Tom’, ‘Nathan’ e ‘Jay’ no meio do que elas falaram.

? ?” chamei e elas ficaram em silêncio por um segundo.

“Estamos indo”, respondeu.

“Eu só queria ter certeza que você a não esta brava comigo”, falei encostando na porta do banheiro.

“Talvez”, respondeu.

“Você sabe que foi só uma brincadeira, certo?”, perguntei.

“Sei.”

“Então me desculpa”, pedi pela terceira vez.

“Como se fizesse alguma diferença”, ela falou e eu prendi o ar. “Outch, ”, ela falou baixo, mas ainda sim eu ouvi.
“Faz”, respondi. E de fato fazia, tinha algo nela que em tão pouco tempo me prendeu. Como se eu a conhecesse a vida toda. E tinha essa sensação de querer fazê-la sorrir, e não a queria chateada ou brava com qualquer coisa. Como uma irmã mais nova, ou uma melhor amiga.

Ela ficou em silêncio, sem responder nem nada. tampouco falou alguma coisa. Afastei-me da porta a fim de voltar pra perto da piscina. Eu não deveria ter dito nada, deveria ter esperado ao invés de pressioná-la.

A porta abriu e eu olhei para elas. tinha um sorriso lindo no rosto e eu sorri de volta apenas por ver seu sorriso.

Aproximei-me dela lentamente como se pedisse permissão e receoso de estar invadindo seu espaço, ela manteve o sorriso intacto no rosto e não se moveu. Eu tomei isso como uma permissão e a abracei pela cintura trazendo seu corpo para perto de mim.

“Me desculpa, mesmo”, voltei a sussurrar, e ela riu baixinho com o rosto escondido no meu peito.

“Tudo bem”, ela respondeu, “e obrigado pela camiseta”, falou apontando pra minha camiseta que tinha ficado enorme nela. Eu ri.

“Qual é o seu problema hein, garota?”, perguntei divertido. “Menos de um dia e parece que você é minha melhor amiga da vida toda”, completei e ela sorriu mais ainda se é que isso era possível.

.

.

“Pode começar seu sermão”, falei assim que vi Max se aproximar e deixei o celular na mesa ao meu lado. Max se sentou na poltrona na minha frente.

“Não vou falar nada”, ele falou e eu o encarei. “Você já está grandinho o suficiente pra saber o que pode fazer e o que não pode”, deu ombros.

“Então porque passou o dia me analisando?”, perguntei curioso. Se ele não queria falar que eu estava sendo irresponsável e estava me expondo demais com fãs, de que ele queria falar?

“Estou preocupado, só isso”, respondeu vagamente e eu revirei os olhos.

“Com...?”, tornei a perguntar.

“Você e a Kelsey”, respondeu e eu revirei os olhos novamente. “Isso é sério”, falou em resposta ao meu ato.

“Eu amo a Kelsey”, comecei e ele fez menção de me interromper, mas não o deixei. “Não sei por que falei aquilo, mas não tenho motivo algum pra querer terminar com ela e nem vou fazê-lo”, finalizei e ele me encarou por uns minutos. Provavelmente pensando se acreditava em mim ou não.

“Tudo bem”, ele por fim cedeu. “Só estava preocupado com isso”, se justificou.

“Fica tranquilo que até eu ter um bom motivo não vou terminar meu namoro”, falei finalizando a conversa. “Mas me diga, estava ocupado demais me analisando ou também percebeu o Jay e o Nathan?”, perguntei rindo, o fazendo rir junto.

“Tem como não perceber?”, ele me respondeu com outra pergunta e eu ri ainda mais.

“Não que eu os culpe, mas...”, comentei e Max concordou com um movimento de cabeça.

“Deixa os meninos se divertirem. Estão solteiros mesmo, e pelo que eu saiba, elas também. Que se divirtam, só tomando cuidado”, ele respondeu ao meu comentário e eu ri mais alto ainda.

“Só espero que eles ajam amanhã”, falei e Max finalizou o assunto concordando com a cabeça.

.

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Eram 9:15 da manhã e estávamos o cinco sentados nas poltronas no saguão do hotel esperando que , e chegassem para nos buscar.

“Tom, manda mensagem pra essas meninas, pelo amor de Deus”, Jay falou impaciente, e eu não podia culpá-lo. Elas estavam 15 minutos atrasadas já.

“É, e fala que se não chegarem em 5 minutos não vamos mais”, Nathan falou também impaciente.

“Acho que vocês dois têm mais interesse em sair do que qualquer um de nós três”, Siva comentou e eu ri. “Mas eles estão certos Tom, mande-as virem logo”, concordei pegando o celular do bolso e procurando pelo numero de .

Onde vocês estão? Anda logo! Já estão 15 minutos atrasadas” escrevi e apertei enviar.

“Pronto”, falei e logo senti meu celular vibrar.

Chegando. Mais 10 minutos mais ou menos. Trânsito”.

“Elas estão vindo. Pediram mais 10 minutos. Estão presas no trânsito”, falei lendo a mensagem e eles começaram a reclamar.

Tem como chegar mais rápido? Os meninos estão surtando aqui! ” Escrevi, deixando de fora a parte de que eu também estava querendo matá-las pelo atraso.

Vamos tentar” foi tudo o que ela respondeu.

“Eu vou matá-las”, falei colocando o celular no bolso e ouvi um coro de concordância.

Continuamos discutindo sobre o atraso delas por cerca de 10 minutos quando elas finalmente chegaram.

“Vocês estão quase meia hora atrasadas”, ouvi Nathan gritar assim que elas passaram pela porta.

“Desculpa!”, gritou em resposta, e elas chegaram perto.

“Pra que tudo isso?”, perguntei desviando do assunto assim que percebi que elas carregam duas mochilas cada uma.

Secret, my dear”, falou tentando imitar meu sotaque, mas falhando totalmente, algo que ela percebeu, pois fez uma careta no final da frase.

“Eu tenho medo de vocês”, Siva declarou olhando pras expressões de quem estava tramando algo delas. Eu também tinha medo.

“Sim, sim, claro,” falou, “mas como são bons meninos e cavalheiros – porque são ingleses e isso é uma regra pra vocês, certo? – vão nos ajudar a carregar as mochilas. Estou certa, não?”, perguntou brincando já entregando uma de suas mochilas para Jay e a outra para Max que estava ao seu lado.

“Eu não sou inglês”, Siva se defendeu, mas pegou a mochila que lhe estendia do mesmo jeito.

“Por isso mesmo, tem que ser duplamente cavalheiro”, falou sorrindo pra ele enquanto me entregava uma de suas mochicas, e pendurava a outra no ombro.

“Porque só a carrega mochila?”, Nathan perguntou depois de aceitar a mochila que lhe entregava, visivelmente contrariado.

“Porque eu não sou filhinha de papai que nem as duas aqui”, ela falou em tom de brincadeira e se esquivou dos tapas que as outras duas tentaram lhe acertar. “Na realidade é que uma de nós teria que acabar ficando com mochila mesmo, eu me ofereci porque estou acostumada. Maldita faculdade”, ela deu a resposta verdadeira e logo em seguida deu de ombros. “Não me importo. Carregando mochila vai ser mais legal. Vão achar que sou estrangeira também”, falou animada e nós rimos.

.

.

“Certo. Já que não podemos saber o que tem nas mochilas e a finalidade delas, podemos ao menos saber pra onde vão nos levar?”, Siva perguntou interessado enquanto saíamos pela porta do hotel. Era até estranho ver aquilo ali vazio sem milhões de garotas gritando pelo Bieber.

“Avenida Paulista. Vamos tomar café da manhã e passear”, respondeu animada.

“E vamos tomar café da manhã aonde?”, Jay perguntou interessado.

“STARBUCKS”, as três gritaram ao mesmo tempo e nós rimos.

“Acho que alguém gosta de Starbucks”, comentei da reação das três.

“Gostar?”, perguntou. “Gostar é pouco! Eu sou viciada nesse café”, falou ajeitando novamente a mochila nas costas.

“Em excesso faz mal”, Siva falou e as três reviraram os olhos.

“Deixa de ser estraga prazeres, Siva”, comentou antes de puxar assunto com Jay.

“Eu acho que deveríamos andar mais devagar e deixar os dois irem à frente”, comentei baixo para que só e Siva ouvissem. Os dois riram e concordaram. Puxei Max para que ele diminuísse a velocidade. “Ou melhor, os quatro”, corrigi notando que Nathan já tinha puxado pra conversa.

“Isso é tão estranho”, comentou ao meu lado fazendo careta.

“O que?”, perguntei sem entender.

“Elas com eles”, ela respondeu rindo.

“Por quê?”, Max perguntou.

“Porque o Jay tem a idade da , e o Nath da . Entretanto os ‘casais’ estão invertidos. e Nath, e Jay”, ela justificou.

“Hm, entendi”, Max falou. “Mas até que faz sentido”, ele falou olhando pros quatro.

“Só espero que elas não fiquem fazendo jogo duro”, falou e revirou os olhos, “mas eu duvido que consigam”, completou baixo rindo logo em seguida.

“E porque acha isso?”, perguntei.

“É a mesma coisa que você negando álcool, ou o Siva a Nareesha”, ela falou dando de ombro.

“Ei”, eu falei me fazendo de ofendido. “Você acabou de me chamar de alcoólatra”, reclamei empurrando ela de leve.

“Se você é alcoólatra eu sou também”, falou me olhando. E esse desvio de atenção a fez tropeçar. Eu a segurei pela cintura ao mesmo tempo em que ela agarrou meu braço para não cair, e isso fez com que ela ficasse próxima demais. Por um breve segundo nossos olhares se encontraram, mas ela desviou olhando para baixo antes de se afastar.

“Obrigado”, ela murmurou olhando para o chão.

“De nada”, respondi meio sem jeito, colocando as mãos no bolso da calça jeans.

“Da pra andar logo?”, gritou da esquina depois de um tempo que estávamos andando em silêncio. “Eu quero meu café”, completou virando a rua.

“Ei, espera”, gritei em resposta. “Não sabemos o caminho”, reclamei, mas ela não deveria estar ouvindo mais.

“Relaxa é no final do quarteirão”, falou baixo e apressou o passo. “Mas ela está certa. Rápido que quero café”, disse andando mais à nossa frente.

, Jay, e Nathan já deveriam estar lá dentro, uma vez que não estavam na porta. Rapidamente entramos todos e fomos até o balcão cada um fazer seu pedido. Ou melhor, dissemos à o que queríamos e ela fez o pedido por nós. Quando já estávamos todos com nossos cafés quentes ou nossos Frappucinos gelados, nos dirigimos à mesa em que os outros quatro estavam.

Passamos mais ou menos uma hora ali e depois fomos passear pela avenida. Elas nos levaram no Museu de Arte Moderna, e – é claro – no Shopping. Depois ficamos andando por ali sem rumo, até que deu meio dia.

“Vamos almoçar”, falou animada e só então percebi que estava começando a ficar com fome novamente.

“Onde?”, perguntei curioso.

“Já vão descobrir”, ela respondeu, enquanto dois táxis pararam ali. “Max, Siva, e Tom, comigo”, ela falou apontando pra gente. “Nathan e Jay, vocês vão com a e ”, ela falou tentando esconder o sorriso sacana, mas falhando totalmente.

“Você é uma peste”, falei entrando atrás no táxi com os meninos enquanto ela ia à frente.

“Claro que sou, se ninguém fizer nada, eles ficam na estaca zero. Conheço minhas amigas, e conheço meus ídolos”, falou e depois virou para o motorista e falou aonde íamos, mas como era em português, não entendemos nada. Ou seja, íamos ficar na curiosidade até que chegasse lá.

“É muito longe?”, Max perguntou levemente impaciente depois de 20 minutos.

“Não muito. Devemos levar mais uma mais uns 20 minutos ainda”, ela respondeu. “É culpa do trânsito”, justificou. E depois perguntou algo para o taxista que eu deduzi ser sobre ligar o rádio, pois logo em seguida ela o ligou.

Tocava Paradise, do Coldplay.

When she was just a girl she expected the world”, comecei a cantar.

But it flew away from her reach so she ran away in her sleep”, Max se uniu à mim.

And dreamed of para-para-paradise, Para-para-paradise, Para-para-paradise, Every time she closed her eyes”, Siva se juntou a nós três.

Ooohh


When she was just a girl

She expected the world

But it flew away from her reach

And bullets catch in her teeth


Life goes on

It gets so heavy

The wheel breaks the butterfly

Every tear, a waterfall

In the night, the stormy night

She closed her eyes

In the night

The stormy night

Away she flied


And dreamed of para-para-paradise

Para-para-paradise

Para-para-paradise

Whoa-oh-oh oh-oooh oh-oh-oh


She dreamed of para-para-paradise

Para-para-paradise

Para-para-paradise

Whoa-oh-oh oh-oooh oh-oh-oh


La-la-la-la-la

Still lying underneath the stormy skies

She said oh-oh-oh-oh-oh-oh

I know the sun's set to rise


This could be para-para-paradise

Para-para-paradise

This could be para-para-paradise

Whoa-oh-oh oh-oooh oh-oh-oh


This could be para-para-paradise

Para-para-paradise

This could be para-para-paradise

Whoa-oh-oh oh-oooh oh-oh-oh


Ooohh


This could be para-para-paradise

Para-para-paradise

This could be para-para-paradise

Whoa-oh-oh oh-oooh oh-oh-oh


Ooohh, oohh...


Cantamos a musica inteira juntos, intercalando algumas vezes. nos olhava e ria algumas vezes dos nossos arranjos sobre a voz do Chris Martin.

“Sabe, vocês não precisam humilhar reles mortais”, comentou rindo.

“Você que quis ligar o rádio”, defendi a nós três.

“É, eu tinha intenção de escutar o Chris cantando, não vocês”, ela brincou.

“Prefere ele?”, perguntei arqueando a sobrancelha.

“Depende pra que”, respondeu sugestivamente e eu ri.

“Garanto que qualquer um de nós pode ser melhor que ele pra isso”, respondi no mesmo tom.

“Talvez... mas não melhores que o Adam Levine”, jogou querendo me provocar.

“Certo, vamos parar com a discussão que quem é o melhor de cama aqui, por favor?”, Siva falou e eu e rimos.

“Ta com medo de perder pro Levine, Siva?”, provocou e ele revirou os olhos.

“Pode deixar que eu me garanto, pergunte a Nareesha”, ele falou com um sozinho sacana.

“Pode ter certeza que vou”, ela falou dando o assunto por encerrado, “e nós chegamos”, falou animada, seus olhos brilhavam de animação.

“Um parque?”, perguntei confuso. “Onde vamos comer num parque?”

“Não é só um parque”, ela defendeu entre dentes. “É o melhor lugar dessa cidade, e a única coisa –além da Starbucks – que me prende aqui”, defendeu enquanto pagava o motorista e saíamos do carro encontrando Jay com o braço ao redor do ombro de e Nathan e conversando próximos demais. “E eu devia ter apostado com vocês que colocá-los no mesmo táxi ia dar certo”, ela falou revirando os olhos e se aproximando deles.

“Então... onde pretendem arranjar comida num parque?”, tornei a perguntar e elas revirarem os olhos.

“Picnic”, Max gritou ao meu lado e eu o olhei confuso.

“Enfim uma alma inteligente”, falou revirando os olhos e sorrindo.

“Sério?”, Jay perguntou e elas confirmaram animadamente.

“Picnic do jeitinho brasileiro”, falou.

“E isso significa que não teremos Coca-Cola e sim guaraná, e nada de Vodca ou qualquer outra bebida alcoólica que não seja caipirinha”, confirmou e eu comecei e me animar.

“Mas como não somos boas em fazer caipirinha e queremos vocês sóbrios, sem álcool”, falou acabando com a graça daquilo.

“Mato e comida não combinam”, falei emburrado e me empurrou.

“Não fale assim do Ibirapuera”, ela tornou a defender o parque. “É meu lugar favorito nessa cidade e não vou admitir ninguém falando mal dele, nem mesmo você Parker”, falou séria.

"Não esta mais aqui quem falou", falei levantando os braços em sinal de inocência.

"Vamos!" falou puxando Nathan com ela e começamos a caminhar. Eu não estava mesmo satisfeito com a ideia, mas não ia voltar a reclamar uma vez que reclamar seria como pedir pra morrer com defendendo tão fortemente o lugar.

"Porque você gosta tanto daqui?", perguntei e ela me olhou feio. "É só curiosidade, se acalme", me justifiquei. Ela respirou fundo e começou a olhar ao redor.

"Na realidade, não sei", começou respirando fundo de novo. "É um lugar que me acalma, passa tranquilidade. Sempre que preciso pensar, ou só quero esquecer o mundo, eu venho pra cá", falou parando de andar, e eu parei junto. "Eu sento ali na beirada do lago, ligo o iPod, e fico escutando música", falou apontando pro lago onde varias crianças brincavam ao redor. "Às vezes trago meu caderno pra escrever algo. Sabe, meio que pra desabafar, colocar pra fora. Falar para o caderno o que eu não posso falar para as pessoas", falou. "Seja porque elas não estão dispostas a ouvir, seja porque falar essas coisas muda tudo, seja porque signifique assumir coisas que não quero assumir nem para mim mesma, seja porque eu corro o risco de afastar as pessoas", ela finalizou suspirando no final.

"Sabe, guardar as coisas pra você nem sempre é bom", comentei desviando o olhar do lado para ela. Ela encarava o chão, com as mãos nos bolsos.

"É melhor sofrer calada do que falar as coisas, ou fazer as coisas e me arrepender depois", ela falou enfim olhando pra mim.

"Mas tenho certeza que é melhor se arrepender por ter feito do que não ter feito", falei. "É melhor saber que você tentou e não deu certo do que viver com a dúvida do que poderia ter acontecido", finalizei e ela suspirou desviando o olhar.

"Quem diria, Thomas Parker dizendo coisas profundas", ela brincou depois de um tempo.

"Idiota", falei dando um soquinho leve em seu braço, ela riu devolvendo.

"Vamos, que eles já devem estar lá na frente, e do jeito que você anda devagar, vamos levar um século para alcançá-los", ela falou me provocando e saiu andando a passos largos.

"Devagar?", perguntei inconformado. "Vamos ver então quem chega neles primeiro", falei e saí correndo deixando-a para trás, e ela saiu correndo atrás de mim. Corri até um ponto em que havia uma bifurcação, onde eu parei decidindo por onde ir. Se eu pegasse o caminho errado as chances de eu não encontrá-los era gigantesca porque aquele parque parecia ser enorme e se eu já não sabia voltar à entrada quando mais voltar pelos caminhos que fiz.

"Lembrou que não sabe o caminho é?", ela perguntou irônica entre respirações parando atrás de mim.

"Alguém aqui não sabe apostar corrida", brinquei com ela.

"Desculpe se meu condicionamento físico não é dos melhores", falou sarcástica pegando o caminho da direita.

"Tem certeza que é por aqui?", perguntei receoso.

"Anda logo Parker", gritou andando a minha frente e eu acelerei o passo para alcançá-la.

"Você tem algum problema com meu sobrenome ou algo do tipo?", perguntei e ela riu.

"Claro que não, Parker", falou frisando meu sobrenome, e eu ri.

"É serio, você fica repetindo o tempo todo", falei e foi a vez dela rir.

"Eu só gosto dele", falou dando de ombros, e deixando bem claro que não ia responder mais nada relacionado à sua mania de me chamar pelo sobrenome.

"Finalmente!", gritou assim que nos aproximamos. "Onde vocês se meteram?", perguntou dando um sorriso irônico pra .

"Ele perguntou do porque eu gosto do parque, e eu parei pra explicar lá na frente do lago", ela falou dando de ombros, "dai ele quis apostar corrida e quase se perdeu", terminou rindo.

"Foi você que me desafiou", falei e ela riu.

"Eu só falei que você andava devagar, quem começou a correr foi você", se defendeu sentando ao lado de .

"O casal vai parar de discutir sobre quem começou a brincadeira ou não?", Jay falou e eu virei pra ele, arqueando a sobrancelha.

"Não somos um casal", falou rápido. "Só dois amigos. Ou melhor, duas crianças, porque né...", falou deixando a frase no ar.

"...", a chamou baixinho, mas alto o suficiente para que eu que estava ao lado de escutasse.

"Depois", ela respondeu mais baixo ainda. "Vamos comer?", perguntou mudando totalmente a expressão e o tom de voz que usava e soando verdadeiramente animada. O que me fez perguntar se ela realmente conseguia mudar de humor rápido assim ou se ela estava apenas fingindo. É claro que se eu tivesse prestado um pouco mais de atenção teria percebido que era fingimento, pelo menos nos primeiros quinze minutos.

"O que é isso?", Nathan perguntou olhando feio pro que quer que fosse aquilo na colher que agora segurava na sua frente o tentando fazer comer. E eu entendia totalmente o porquê de ele estar receoso. Tinha uma aparência bem estranha.

"O melhor doce que você vai experimentar na sua vida!", falou animada pegando uma colher pra ela também.

"E o porquê de você querer voltar ao Brasil depois, porque é doce brasileiro", emendou enfiando a colher na boca de Nathan assim que ele a abriu pra protestar. Eu e os meninos o ficamos encarando até que ele aprovasse o doce ou saísse correndo pra vomitar.

"Porque isso só existe no Brasil? Isso é injusto com o resto do mundo. Deveriam compartilhar isso com a gente!", foi a primeira coisa que ele disse quando esvaziou a boca.

"Então essa gosma é boa mesmo?", perguntei pegando uma colher e indo em direção ao doce, mas a tirou da minha mão.

"A próxima vez que você chamar o meu brigadeiro de gosma pode dar adeus a sua vida, Thomas" ela falou fingindo estar brava. "E só por isso não vai comer também", falou empurrando minha mão quando tentei tirar a colher dela.

"Ah, então foi você que fez é?", perguntei mais uma vez tentando tirar a colher da mão dela e falhando totalmente. "Não seja por isso. Com ou sem colher vou experimentar essa coisa", falei pegando o doce com o dedo. "Nem é tão bom assim," falei em tom de brincadeira para provocá-la e ela girou os olhos.

"Claro, seu dedo nojento estraga qualquer doce", ela devolveu a provocação.

"Ou é você que não sabe cozinhar", brinquei novamente e ela deu um soco – ou uma tentativa de soco – no meu braço.

"Idiota", resmungou deixando a colher ali em cima e pegando o refrigerante.

"Ainda bem que vamos embora essa noite porque um dia a mais o Tom e a se matavam nessas brincadeirinhas deles", Siva ironizou.

"É mais fácil ele me matar do que eu sequer cogitar a ideia de matá-lo", falou seria tomando o Guaraná de seu copo.

"Ou seja, não preciso mais ter medo das suas ameaças", falei sorrindo vitorioso pra ela.

"Eu falei que eu não te mato, não disse nada sobre contratar alguém pra fazer isso", ela falou sorrindo vitoriosa dessa vez.

"É muito amor mesmo", falou sorrindo torto, e deu de ombros olhando para o copo. "Por falar em amor... onde estão a e o Jay?", ela perguntou e só estão eu notei o desaparecimento dos dois.

"Não quero saber o que esses dois estão fazendo", falou fazendo uma falsa careta de nojo e nos fazendo rir.

"Acho que deveríamos ir procurar eles, ", Nathan falou estendendo a mão para a garota que sorrindo aceitou.

rindo da amiga falou algo em português que fez rir e respondeu um 'vai se foder' para a amiga que só riu mais.

"Sabe, não é legal quando vocês falam em português", Max falou quando os dois se afastaram e deu de ombros.

"Normalmente temos sinais pra essas coisas, mas como a gente pode falar sem que vocês entendam é bem mais divertido", ela explicou.

"Então é só pra deixar a gente sem entender", afirmei e confirmou com a cabeça.

"Eu deveria ter trazido meu caderno, merda", ela falou baixo revirando a mochila.

"Achei que tinha dito que só vinha escrever no caderno quando queria falar algo que não podia falar para ninguém", comentei e ela me olhou logo em seguida suspirando.

"Eu sei", falou se dando por vencida. Ela levantou e começou a caminhar por uma trilha que eu percebi que daria no lago. Fiquei observando-a confuso. Tudo parecia estar ótimo nas ultimas horas e do nada ela mudou de humor, de novo.

"Talvez eu me arrependa de falar isso, mas acho que você deveria ir falar com ela Tom", Max comentou a olhando. "Ela parece estar mal, e você preocupado", ele finalizou e eu ponderei por alguns segundos. Eu realmente estava preocupado, mas estava receoso de ir falar com ela e as coisas desandarem. Algo estava muito errado.

"Acho que o Max tem razão, Tom", Siva concordou, "ela parece precisar de um amigo agora", ele concluiu meu pensamento.

"Certo", falei me levantando e refiz o caminho que ela tinha feito poucos minutos atrás. "Você está bem?", perguntei me aproximando dela, e ela interrompeu o que estava dizendo baixinho para si mesma. Não que fizesse muita diferença porque ela estava falando em português.

"Talvez", murmurou mantendo seu olhar fixo na agua. "Não", respondeu suspirando no fim.

"Quer falar sobre isso?", perguntei inseguro colocando a mão no bolso e a encarando.

"Você não é a pessoa mais adequada para eu falar sobre isso", ela comentou e eu desviei o olhar. Isso meio que foi uma indireta para eu cair fora, mas eu continuei ali.

"Tente", sussurrei voltando a olhar pra ela, que por sua vez apenas suspirou de novo.

"Aconteceu algo na minha vida que foi a melhor coisa até agora", ela começou devagar e baixo, "ainda não consigo acreditar que é verdade, que tudo aconteceu mesmo", ela falou sorrindo levemente. "Talvez eu tenha imaginado demais como seria o momento e não consigo acreditar que ele aconteceu, e muito menos que ele foi muito melhor do que eu tinha imaginado", ela falou agora olhando para o chão e não para o lago.

"Então você deveria estar feliz, não?", perguntei confuso.

"Eu estou", ela falou exasperada. "Só que esse acontecimento colocou uma pessoa na minha vida", ela falou começando a mexer as mãos, "uma pessoa que se tornou especial demais em pouco tempo. Alguém que realmente me vê como uma amiga para contar em todos os momentos e sempre", ela falou e eu continuei sério. "E eu tenho coisas que queria poder falar pra essa pessoa", falou suspirando. "Mas essas coisas podem fazer com que essa pessoa se afaste de mim", finalizou me olhando por um momento e eu pude ver seus olhos brilhando de lágrimas.

"Hey, não chora!", falei segurando o rosto dela e enxugando as suas lágrimas antes que elas caíssem. Ela riu sem graça.

"Lembra quando você disse hoje que é melhor se arrepender de algo que você fez do que se arrepender de não fazer e ficar pensando no 'e se'?", ela perguntou e eu afirmei com a cabeça. "Isso vale também para quando você fizer algo que pode se arrepender e depois ficar perguntando 'e se eu não tivesse feito?'?", perguntou e eu parei por um minuto para pensar. Eu não tinha ideia do que ela estava falando.

"Eu acho que você deveria tentar de qualquer jeito. E se essa pessoa se afastar de você mesmo depois de ter te feito sentir especial, como eu percebi que ela fez, é porque ela é uma idiota", eu falei e ela olhou para baixo respirando fundo por um segundo.

Tudo foi rápido demais, mal tive tempo de registrar seus movimentos e os lábios dela estavam contra os meus.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Capitulo 2



Capitulo II















Meu celular tocou ao meu lado e eu me revirei na cama, me negando a abrir os olhos. Se de olhos fechados minha cabeça já estava doendo, imagina quando eu abrisse.

Mas o toque insistente de mensagem me fez esticar o braço e procurar pelo celular. O trouxe para perto assim que o encontrei e li o remetente. Não conhecia o número. Frustrado abri a mensagem xingando o filho da puta que estava me acordando.

"Muita ressaca? Haha. Espero que tenha feito as reservas. Tenho remédio pra dor de cabeça se quiser. Nos vemos no almoço. Xxx ", foi o que eu li e mesmo com a dor de cabeça absurda eu tive que rir. Ótimo senso de humor.

"Muita. Não esquece o remédio. Xxx T.", respondi deixando o celular de lado. Lembrei-me vagamente da noite anterior. Ela me desafiando a beber e depois preocupada quando eu decidi que bêbado ou muito bêbado não faria diferença alguma. Mas não lembro exatamente o que aconteceu e nem como eu tinha chego ao hotel.

O celular tocou de novo e eu gemi só de ouvir o toque.

"Oi Kels", falei atendendo.

"Finalmente Thomas. Esqueceu que tem namorada?", ela praticamente gritou do outro lado.

"Shiu, Kelsey. Estou com dor de cabeça". Resmunguei e ela riu sem humor nenhum.

"Ressaca, meu anjinho?", ela perguntou sarcástica. "Eu não ligo!", gritou e eu fechei os olhos. Caramba, ela não podia colaborar?

"Eu estava dormindo, Kels. Por isso não te liguei ou respondi. Desculpa.", eu falei tentando faze-la ao menos falar baixo.

"Não vou cair nessa Thomas" ela retrucou.

"São nove da manhã aqui Kels, o que mais eu poderia estar fazendo?", eu falei querendo por tudo desligar o telefone, mas sabia que teria problemas se o fizesse.

"Ah", ela falou, finalmente lembrando que existiam quatro horas de fuso horário. "Desculpa, eu só estava carente. Você mal falou comigo desde saiu daqui", ela falou manhosa e eu revirei os olhos.

"Eu sonhei com você todas as noites. E queria que estivesse aqui", menti. Qualquer coisa pra convencê-la a desligar o telefone.

"Awn, também te amo", ela falou.

"Te ligo mais tarde?", perguntei esperançoso e ela concordou. Me despedi e desliguei o telefone. Mais uma vez larguei o celular ao meu lado e fechei os olhos tampando o rosto com as mãos, apertando a testa na tentativa inútil de fazer a dor de cabeça passar. Estava quase dormindo novamente quando bateram na porta do quarto.

"Tom, levanta", ouvi a voz de Max do outro lado e resmunguei. Não iam mesmo me deixar dormir. Levantei da cama e fui até a porta.

"Que foi?", perguntei abrindo uma fresta da porta grande o suficiente pra luz entrar no quarto e fazer minha cabeça latejar. Fechei os olhos com força.

"Ressaca, uh?", Max brincou abrindo a porta e entrando no quarto enquanto eu ainda estava encostado na parede.

"O que mais poderia ser?", respondi sem pensar direito. Eu queria dormir.

"Vai tomar banho, e nos encontre lá embaixo. Vamos fazer uma entrevista em sei lá onde", ele falou e aí sim eu gemi. Entrevista com a dor de cabeça que eu estava não iria ser uma boa ideia.

"Tá", respondi apenas e entrei no banheiro deixando Max rindo dentro do quarto. Ri mesmo, filho duma puta.

Liguei a ducha e tirei a calça de moletom e a boxer que eu usava antes de entrar no boxe.

A água gelada bateu contra mim e eu por um momento quase desisti de tomar banho na água gelada, mas mudei de ideia assim que minha cabeça doeu um pouco mais forte. Nada melhor pra ressaca que banho gelado, remédio e água, muita água.

Meia hora depois eu já descia o elevador, encostado no espelho e de olhos fechados. Eu queria por tudo voltar pra cama, mas tinha que ir dar aquela maldita entrevista. Meu celular tocou de novo e eu peguei-o no bolso.

"Quer remédio? Tô aqui na porta. " Era .

"Quero, mas não posso sair. Vamos fazer alguma entrevista em algum programa de televisão", respondi. Max e Siva achavam loucura eu ter passado mesmo meu número pra ela, Jay e Nathan só falaram 'cuidado'. Eu entendia meus amigos, mas eu confiava naquela garota como não tinha confiado em ninguém antes. Talvez fosse pelo fato de que me identifiquei com ela, me vi nela. Não era apenas o gostar de beber que tínhamos em comum, e conversar com ela tinha sido fácil, a conversa tinha fluído sem que me esforçasse para isso. Eu não podia explicar, e nem tentaria, mas eu sabia que poderia chamá-la de amiga.

"Pede na recepção. Boa sorte. " Foi o que ela respondeu.

"Obrigado, vou precisar", escrevi e coloquei o celular no bolso.

O elevador parou e encontrei os meninos ali.

"Pede remédio na recepção pra mim", resmunguei pra qualquer um deles.

"De nada", Jay falou rindo enquanto jogava o remédio em cima de mim depois de voltar de lá.

"Vai se foder", falei mal-humorado. Eu não estava no mood pra brincadeira até essa dor de cabeça passar.





Já estávamos quase chegando ao estúdio do programa de televisão quando finalmente o remédio fez efeito. E isso me aliviou, porque eu consegui acabar com o mau humor antes da entrevista, a qual correu tudo bem. Estávamos dentro da vã a caminho do hotel já e eu estava quieto encostado no vidro observando a cidade. Queria ter tempo para conhecer os lugares.

"Queria poder conhecer a cidade", comentei e os meninos concordaram.

"Sim, eu vi umas fotos na internet. Tem uns lugares bem legais", Jay comentou por cima.

"Pena que vamos ficar tão pouco tempo", Max falou e eu concordei.

"Temos algo mais pra fazer hoje ou posso ir dormir?", perguntei levemente esperançoso.

"Temos que pagar a sua aposta de ontem", Siva falou e eu ri.

"Claro. Fora isso", falei. A parte mais divertida de tudo isso era que eu tinha apostado, mas eles tinham que pagar a aposta junto comigo. Amigos são pra isso, certo? Certo!

"Fora isso, eu vou pra piscina", Jay falou e Nathan falou que ia junto.

"Não vou ficar trancado no quarto com esse sol lindo", Max falou deixando claro que ia também.

Por fim eu e Siva concordamos em ir.

"Uma pergunta. Como eu cheguei ao meu quarto ontem à noite?", perguntei e eles riram.

"Eu e o Jay te carregamos", Max respondeu ainda rindo.

"E tiraram minha roupa", completei.

"E te impedimos de ligar pra Kelsey", Jay concluiu e eu parei de rir na hora. Como? Ligar pra Kelsey?

"Como assim?", perguntei agora sem nenhum vestígio de brincadeira.

"Ela te ligou lá no pub e não te deixamos atender, porque sabíamos que ela ia surtar. Daí quando chegou ao hotel você queria porque queria ligar pra ela. Quando dissemos que não, que ela iria brigar e gritar com você tudo o que você respondeu foi 'ótimo, assim eu termino logo com ela'", Max falou com cuidado. Que porra é essa?

"Vocês estão com algum problema ou coisa assim, Tom?", foi Siva quem perguntou.

"Não, tá tudo normal", respondi. E era verdade. Tínhamos as nossas discussões e coisas do tipo, mas isso era normal pra qualquer casal. E nós sempre fomos assim.

"Você está apaixonado por outra?", Nathan perguntou e eu olhei pra ele.

"É logico que não, tá louco?", falei um pouco mais ríspido do que pretendia.

"Então porque quer terminar com ela?", Max perguntou e eu balancei a cabeça.

"Eu não quero. Eu estava bêbado ontem, fora de mim." Falei e me justifiquei, mesmo sabendo que para eu ter falado aquilo era porque pelo menos uma partezinha de mim queria aquilo. Mas eu tinha certeza absoluta que amava Kelsey.





"Eu não quero comer", falou brigando com ao seu lado.

"Você não comeu nada, ", reclamou tentando por comida no prato da garota. A cena estava divertida, não fosse o fato de que realmente não comera.

"Comi salada", ela se defendeu.

"Mas não é o suficiente", eu falei me intrometendo na discussão das garotas.

"Eu não estou com fome", ela reclamou de novo empurrando o prato.

"Você vai passar mal se não comer mais nada", Jay resolveu se intrometer também.

"Ta todo mundo contra mim?", ela perguntou irritada. Eu, Jay, Max, Siva, Nathan e concordamos. "Ótimo!", ela resmungou colocando ela mesma comida no seu prato.

"E a ?", Jay perguntou e levantou o olhar.

"Tá saindo da escola daqui a pouco e tá vindo pra cá", respondeu.

"E eu tenho que ir", falou desanimada.

"Pra escola?", perguntei. Ela parecia já ter terminado a escola.

"Faculdade", resmungou. "Pra aula inútil de literatura inglesa, sem ofensas", ela falou, e eu ri.
Definitivamente literatura inglesa era mesmo chata.

"Estuda o que?", Siva perguntou interessado.

"Letras. Inglês/Português", ela respondeu enquanto comia.

"Melhor que cursinho, dude", falou ao seu lado, e ela concordou.

Moves Like Jagger começou a tocar e pegou o telefone e começou a falar em português, eu me virei pros meninos e percebi que não era o único boiando total, porque parecia interessada no assunto, fosse qual fosse que tratava no telefone, sei lá com quem. Quando ela desligou o celular começou a falar rápido com ao seu lado e a única coisa que consegui entender foram nossos nomes, e pelo visto não fora só eu, uma vez que os meninos também ficaram mais atentos.

"Nós ainda estamos aqui sabe?", falei chamando a atenção das duas que se entreolharam. Eu não gostava daquela troca de olhares. Da última vez que a vi eu perdi uma aposta por bobagem.

"Vocês têm algum compromisso hoje?", perguntou e Jay negou.

"Talvez vocês queiram conhecer um pouco da cidade..." falou deixando a frase no ar.

"Eu quero", fui o primeiro a concordar. Eu estava louco pra sair.

"Mas não podem", a voz de Kev soou atrás de nós.

"Porque não?", perguntei parecendo uma criança quando ouve não.

"Porque não", ele respondeu sem justificar.

"Só queremos conhecer a cidade, não seja chato", Jay reclamou.

"Nós vamos vir aqui mais vezes, fica pra próxima", Kev falou e eu revirei os olhos.

"E se a gente se separar? Ou nosso avião cair? Ou qualquer coisa trágica acontecer e a gente não voltar?", Nathan dramatizou e as meninas tentaram evitar a risada, mas elas tiveram tanto sucesso nisso quanto eu.

"Sem drama, Sykes. Eu não vou deixar vocês saírem sozinhos por ai com três garotas que mal conhecem", Kev finalizou.

"Vem com a gente então", falou chamando a atenção dele. "Eu sei por que você está com medo, e eu não te culpo”, ela falou. "Principalmente depois de ontem", ela completou baixo.

"Não", ele falou novamente e eu fechei de vez a cara. "Vocês não vão sair do hotel hoje e pronto", finalizou e saiu.

"Eu quero ir", falei assim que Kev estava longe o suficiente, e olhei para as garotas a minha frente.

"Eu não quero ir parar na cadeia por sequestrar meus ídolos, sabe", falou revirando os olhos enquanto terminava a Coca-Cola.

“Não é sequestro se sairmos por livre e espontânea vontade”, retruquei.

“Claro, e a polícia vai acreditar em mim ou no Kev?”, ela rebateu, e eu me dei por vencido. Ou nem tanto.

“Então prometa que saímos amanhã o dia todo. Eu estou determinado a conhecer pelo menos alguma coisa”, falei encarando as duas. Elas se entreolharam e deram de ombros.

“Fechado”, falou e eu sorri. Eu ia conhecer aquela cidade nem que eu precisasse fugir.

“Certo, mas o que vamos fazer aqui o dia inteiro?”, Nathan perguntou impaciente, deu uma risadinha debochada.

“Você esta hospedado em um dos melhores hotéis da cidade e não sabe o que fazer aqui? Sério, Nathan?”, ela perguntou e nós rimos disso.

“Achei que a gente tinha combinado de ir pra piscina”, comentei. E Nathan pareceu se lembrar da hora que combinamos isso na vã.

“Vocês acabaram de comer”, lembrou.

“É perigoso”, acrescentou.

“Não vamos agora”, Max as tranquilizou.

Dessa vez foi o celular de que começou a tocar alguma música, não reconheci qual.

“A tá na porta”, ela falou se levantando e provavelmente indo buscar a amiga. Enquanto isso digitava algo no celular para logo em seguida o encará-lo frustrada.

“Tá tudo bem?”, Max perguntou e percebi que ficamos todos a encarando.

“Não consegui liberação da faculdade pra hoje”, ela respondeu guardando o celular no bolso enquanto murmurávamos um ‘aaah’ conjunto.

Logo em seguida as meninas chegaram e se sentaram cada uma de um lado de .

“Sabe, pra quem surtou quando viu o Tom, você está calma demais”, Jay comentou se referindo a . Ela corou.

“Aaah...” Ela começou.

“Espera ela ficar sozinha com a gente”, falou e rimos.

” ela repreendeu a amiga.

“Awn, , ele foi tão fofo comigo, e...”, começou a imitá-la.

”, gritou interrompendo a garota e ficando ainda mais vermelha. Rimos alto dessa reação dela.

“Mas a voz do Tom é tão...”, imitou-a também e escondeu o rosto nas mãos, nos fazendo rir mais.

“E o que mais ela fala de mim?”, perguntei divertido e olhou para as amigas no mesmo segundo.

“Um dia você descobre”, respondeu rindo.
“Vou mesmo”, falei.


segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Capitulo 1



by @clauxx_













Capitulo 1







"Kelsey", eu a interrompi, mas ela fez que não ouviu e continuou discursando sobre porque eu deveria levá-la comigo ao Brasil. "Kelsey", tentei novamente.
"Sabe, vai ser bem divertido na realidade, a gente pode fazer tantas coisas".

"Kelsey", eu por fim gritei e ela parou de falar. "Eu não vou levar você. E eu estou atrasado", falei dando as costas a ela.

"Thomas Parker, volte aqui agora", ela falou com autoridade e eu suspirei.

"Por favor, Kels, a gente conversa depois?" pedi e ela me olhou inconformada. "Eu estou atrasado, os meninos vão me matar", me justifiquei.

"Porque tudo é mais importante que eu", ela reclamou e eu voltei a me aproximar.

"Olha pra mim, amor", pedi segurando o queixo dela. "À noite conversamos, saímos, fazemos tudo o que você quiser. Eu juro", falei e ela sorriu.

"Tudo bem", se rendeu por fim. Deixei um selinho em seus lábios e sai correndo. Eu já podia imaginar as broncas que levaria.

Cheguei em casa cansado e tudo que eu queria era cama, mas eu ainda tinha que lidar com Kelsey. Era um absurdo essa ideia dela de ir comigo ao Brasil. Qual é, iriamos ficar cinco dias no Brasil, o que ela pretendia fazer lá?

"Amor", falei assim que ela atendeu o celular "Te pego as oito?", perguntei antes que ela falasse algo.

"Claro", ela respondeu. "Aonde vamos?" Isso era algo que eu não tinha pensado.

"Aonde quer ir?" Respondi com outra pergunta e eu quase a pude ver sorrir.

"No L’Arpege", ela falou, "aquele Francês", completou e eu fiz uma careta. É claro que ela ia escolher algo do nível.

"Tudo bem. Te pego às oito", respondi e corri para o banheiro. A última coisa que eu queria era ter que por terno, mas Kelsey não me deixou escolha.





"Tom, vamos", ouvi a voz de Max gritando e me olhei no espelho uma última vez.

"Tô indo", respondi procurando a mala. "Onde está a mala?", gritei mais uma vez.

"No carro", foi Siva quem respondeu dessa vez. Respirei fundo e desci correndo e entrei no carro. Os quatro já esperavam por mim. Nathan e Jay discutiam quem jogaria o game-boy antes, Siva estava - provavelmente - no twitter e Max quieto na janela.

"Animados?", perguntei.

"Com medo", Jay respondeu e eu ri.

"Medo?", Siva brincou.

"Dizem que as brasileiras são loucas", ele se defendeu e eu ri mais ainda.





Acordei com Nathan me chacoalhando e olhei em volta.

"Vamos pousar, dude", ele falou e eu concordei endireitando o banco. O frio na barriga finalmente apareceu. Nós realmente estávamos no Brasil.

O pouso foi tranquilo e quando saímos eu me decepcionei levemente, admito que eu esperava fãs, mesmo que poucas, nos aguardando no aeroporto.

"Não surtem", foi a primeira coisa que ouvi da produtora, e foi também o primeiro passo pra eu ter um ataque de pânico, "mas vocês estão no aeroporto errado".

"Aeroporto errado?", perguntei contendo o pânico na minha voz, mas acho que falhei.

"Sim, houve alguns problemas e você não estão em São Paulo", ela falou e eu pude ver o desespero refletido na cara dos outros dois, "mas não se preocupem, uma vã vai vir buscar vocês". Só podia ser brincadeira né? Num país estranho, que fala uma língua estranha, com pessoas estranhas - que estão me dando medo de tanto olharem pra mim - e perdidos.





Chegamos ao hotel e eu admito que fui levemente negligente com as fãs e subi correndo pro quarto do hotel, eu estava cansado e queria dormir. Mal deitei e ouvi o celular tocar. Suspirei frustrado e sai à procura de onde o tinha largado, e logo o encontrei na mesa ao lado da porta.

"Oi?", era mais uma pergunta do que um modo de atender ao telefone, mas eu não me importava.
"Oi? Você atravessa o oceano, fica mais de doze horas sem dar noticias, entra no twitter pra falar que estão perdidos e tudo que fala é 'oi? '”. A voz de Kelsey era irritada.

"Hey amor, não vi que era você. Desculpa", falei deitando na cama e fechando os olhos.

"Está tão ocupado assim que não pode nem ver que sua namorada está te ligando?", perguntou brava e eu ri. O ciúme era notável na sua voz.

"Dormindo", respondi e a ouvi suspirar aliviada. Ela não estava preocupada com isso, estava? "Você não está com medo, certo?”, perguntei receoso, e ela riu sem humor.

"O que você acha Thomas?", ela perguntou. "É claro que sim", ela completou e dessa vez eu ri alto.

"Kels, eu te amo. Para de paranoia", eu falei com uma leve risada ainda.

"Então promete que não vai me trocar por nenhuma brasileira sem classe", ela fez manha e eu sorri.

"Claro, meu amor", respondi sorrindo.

Kelsey podia ser ciumenta, irritante e tantas outras coisas, mas eu gostava dela. Gostava mesmo.

"Então descansa meu pequenuxo. Amanhã a gente conversa, né?", ela falou e eu sorri. Ela e seus apelidinhos ridículos.

"Sim, amanhã a gente se fala". Ela desligou e eu me dei por vencido, desistindo de dormir.

Levantei da cama e fui até o banheiro, o sol entrando pela janela me deu uma ideia brilhante.

Tirei a camiseta que vestia e joguei na cama, peguei o primeiro shorts que vi na mala e o coloquei, largando os sapatos em qualquer lugar do quarto. Seria meu pelos próximos cinco dias, então eu poderia fazer a bagunça que quisesse, certo? Certo!

"Guys, tô indo pra piscina quem vem?", gritei saindo no corredor sem me importar que pudesse incomodar outro hóspede. Fuck off.

"Eu", Nathan falou saindo do quarto, ela usava uma camiseta branca, shorts amarelo e tênis branco.

"Tênis?", eu perguntei, e ele deu de ombros, "estamos indo pra piscina", continuei. Na realidade a única coisa que ele usava que realmente era clima de piscina era os óculos escuros, mas bom, era Nathan.

"Me deixa, Parker", ele resmungou.

Nenhum dos outros quis nos acompanhar, então descemos sozinhos mesmo. Mal pisamos no saguão e ouvimos a gritaria do lado de fora. Claro que aquilo era pelo Bieber, mas havia algumas garotas ali fora gritando por nós. Olhei para Nathan e acho que ele pensou o mesmo que eu. Afinal, porque não?

"Vamos?", perguntei e tudo que obtive dele foi um murmúrio em concordância.

Caminhamos até o pequeno grupo de garotas que estavam ali por nossa causa. Era surreal demais. Elas ali, do outro lado do oceano, demostrando tanta paixão por nós.

Passei uma por uma tirando fotos, dando autógrafos e brincando com elas. Elas eram divertidas, mas como o Jay haviam dito; elas eram loucas sim, e muito.

De todas elas uma delas me chamou atenção. A última. Ela estava quieta, sem gritar nem nada, no canto. As mãos cobrindo a boca e ela chorava em silencio. Seu olhar fixo em mim. Sorri de lado e fui até ela.

"Tudo bem?", perguntei e ela acenou com a cabeça afirmativamente, e começou a chorar mais ainda. "Tem certeza?", perguntei levemente preocupado. Tudo bem, eu já vira varias fãs chorando, mas ela chorava muito.

"S-si-sim" ela gaguejou e eu sorri. Ela respirou fundo e admito que a cena foi engraçada, mas eu tinha coração e não ri da menina. "Posso te abraçar?", ela perguntou baixinho e dessa vez eu ri.

"Claro que pode", falei puxando-a pra um abraço, e novamente ela começou a chorar. Dessa vez sem tentar esconder que chorava.





"Eu quero sair", foi a primeira coisa que eu falei assim que entrei na vã depois do show.

"Baladeiro", Max resmungou e eu dei a língua.

"É serio. Eu quero sair, e beber. Quem tá comigo?", perguntei deixando bem claro que com eles ou sem eles eu ia sair.

"Eu", Jay foi o primeiro a confirmar, olhei pra Siva que deu de ombros.

"Por mim...", Nathan continuou e por fim Max concordou. Agora só faltava decidir aonde ir.

"Vamos naquele irish pub de ontem", Steve se intrometeu.

"Onde tiver álcool eu tô dentro", falei.

"E sua fã numero um vai estar lá", ele brincou e eu o olhei confuso. Fã número um?

"O Nathan contou pra gente o estado de choque que a garota estava quando viu você, e ela foi aos dois shows, primeira fila". Max completou dando de ombros.

"E como você sabe que ela vai estar lá? Quero dizer, se tiver fãs lá eu tô fora", falei. Não me levem a mal, mas eu queria beber até cair, e fãs nessas horas nunca dá em boa coisa.

"Só vai ter umas duas ou três. Uma amiga dela comentou comigo hoje cedo." Ele falou, "além de que é só olhar para a cara delas pra saber que a maior parte é menor de idade. Não as deixariam entrar", completou e eu sorri torto.





Peguei o quarto copo de caipirinha da mão do barman e sai caminhando pelo pub tomando aos poucos. De verdade, porque não tínhamos isso na Inglaterra? Eu quero dizer, é bom pra caralho.

"Tom", ouvi alguém me chamar e me virei para as garotas, reconhecendo uma delas.

"Oi garotas", sorri de lado e elas sorriram de volta.

"A gente só queria saber se você não quer sentar. Sabe, você esta rodando o pub e ele nem é tão grande assim", uma delas falou e eu tive que rir disso.

"Claro, hm...", eu parei a frase. "Como é seu nome?", perguntei e admito que me achei ridículo fazendo aquilo.

", mas chama só de ", a morena que havia me chamado pra sentar com elas respondeu.

"Claro, ", falei. Pelo menos ela tinha um nome fácil. "E vocês?", perguntei querendo ser sociável. Certo, eu acho que essa bebida tem mais álcool do que parece.

"Essa é a ", ela falou apontando pra loira, "e essa a ", ela falou apontando pra garota que estava chorando aquele dia, ou como os meninos chamaram 'minha fã número um'.

"Prazer, Tom" eu falei e elas riram.

"A gente sabe", falou. Nota mental: parar de beber essa bebida brasileira.

"Hm, é", eu falei sem graça. Elas riram mais e eu as segui até a mesa.

"E os outros meninos?", perguntou.

"Não sei", respondi dando de ombros. "Você esta muito quieta", falei para e ela desviou o olhar.

"Ah... não é nada", ela falou baixo e eu ri.

"Já sei como resolver isso". Falei levantando a mão pro garçom, que não tardou a chegar.

"O que você vai fazer, Tom?", ela perguntou alarmada.

"Eu quero mais uma dessa", pedi a ignorando.

"Não", ela falou no mesmo minuto, mas o garçom a deu tanta atenção quanto eu, voltando logo depois e colocando o copo de caipirinha na nossa mesa.

"Toma", eu falei e ela olhou do copo pra mim.

"Não", ela repetiu sem muita convicção.

"E porque não?", perguntei empurrando o copo pra frente dela.

"Porque eu não quero", ela falou, mas seus olhos brilharam quando olhou para o copo. Essa era das minhas.

"Vamos logo , você sabe que quer tomar. Para de se fazer de santa", falou rindo e revirou os olhos pegando o copo e o virando de uma vez.

"Wow, wow, wow, vai com calma aí", eu falei segurando a mão dela. "Não quero ter que tomar conta de fã bêbada" brinquei, e ela me olhou.

"Aposto que você fica bêbado antes de mim", ela revidou e eu sorri torto. Ninguém ganha de mim.

"", o tom de voz usado por era de alerta, mas ela relaxou a expressão assim que a olhou. Essa garota estava tramando alguma coisa.

"Não vale roubar ", eu falei, enrolando no nome dela. Era difícil.

"Só , por favor, Parker", ela respondeu. "E eu não vou roubar. Só que vamos jogar de acordo com as minhas regras", ela completou, e eu admito que fiquei com medo de perder. Aquela bebida deles era mais forte do que parecia, e ela era nativa.

"Certo, mas se prepare para perder", eu retruquei.

"Se está tão confiante, vamos apostar", ela propôs e eu pensei um segundo.

"Se eu ganhar você paga a conta inteira", falei e ela riu.

"E se eu ganhar você me dá o número do seu telefone e vamos almoçar no hotel amanhã com vocês", ela respondeu. Sério que ela ia apostar isso? Qual é, a conta daquele pub ia ficar caríssima e ela não estava nem ligando.

"Fechado", concordei.

", pede a garrafa de Tequila e os shots. , vai encontrar os outros meninos. Quero testemunhas de que o poderoso Tom vai perder pra brasileira aqui", ela falou, e eu ri. As duas meninas riram também e saíram dali.

"Você acha que vai ganhar de mim na Tequila?", eu perguntei debochado e ela riu.

"Não", falou e eu arqueei a sobrancelha. "Eu tenho certeza", ela completou rindo.

"E o que te dá tanta certeza?", perguntei curioso. Era a primeira pessoa que 'me conhecia' e me desafiava a algo assim.

"O fato de eu te conhecer", ela respondeu, e pouco depois chegou com o garçom que trazia a garrafa de Tequila e os copos. Mais alguns minutos e voltou com os quatro meninos.

"Enfim desafiado", Jay brincou e eu sorri.

"Vou rir tanto se você perder, Parker", Nathan falou e eu dei o dedo.

"Já me viu perder alguma vez?", devolvi e ele deu de ombros.

"Pronto?", ela perguntou chamando minha atenção novamente. Quando voltei os olhos pra mesa já tinha quatro copos cheios.

"Achei que fossemos só nós dois", comentei.

"E somos", ela respondeu. "É pra agilizar e não quer que ficar esperando encherem", explicou.

"Certo. Quatro shots cada um e esperamos um tempo pra ver se faz efeito?", sugeri com medo que ela quisesse tomar a garrafa inteira.

"Como quiser", ela falou. " e Max ficam como 'juízes' pode ser?", ela sugeriu e eu concordei, dando de ombros.

"3...2...1...", e Max contaram juntos e eu virei o shot de uma vez vendo fazer o mesmo. Logo peguei o segundo e o virei de olhos fechados. Quando abri o terceiro já estava cheio e o virei rapidamente. Assim como fiz com o quarto. Assim que terminei olhei e ela sorria. Só então eu me liguei que ela já tinha ganhado a aposta antes mesmo de termos tomado qualquer coisa. Eu já tinha tomado quatro copos de caipirinha contra apenas um dela. Ela me enrolou certinho e eu caí na dela. Definitivamente, aquela era das minhas.

"Filha da puta", foi a primeira coisa que eu falei assim que percebi que ela tinha me enrolado.

"Seu telefone agora. E pode avisar no hotel que terão três acompanhantes amanhã", ela falou sorrindo.

"Não entendi", Max falou enquanto e riam de mim.

"Eu apostei com ela que se ela ganhasse eu passava meu telefone e almoçaríamos com elas amanhã", expliquei.

"Tá, mas como sabe que você perdeu?", Max perguntou ainda confuso.

"Porque eu já tinha bebido bastante antes e estava tonto quando encontrei com elas", falei. Eu estava lúcido demais, mas sabia que isso ia durar só até eu me levantar daquela cadeira.

"Eu cuido de você", falou sarcástica, tirando sarro de mim.

"É bom que cuide mesmo", falei fechando a cara. Sim, eu sou péssimo perdedor. Principalmente se perco aposta relacionada à bebida. Pior se for para uma garota sei lá eu quantos anos mais nova.